O governador do Banco de Portugal defendeu hoje a necessidade de uma profunda reflexão sobre o desemprego estrutural no país e na forma de rejuvenescer a força de trabalho, defendendo para isso também a reforma antecipada dos trabalhadores com carreiras mais longas.
Carlos Costa, que discursava numa conferência organizada pelo Fórum para a Competitividade dedicada ao pós-troika, defendeu em primeiro lugar que o “desemprego estrutural é hoje um problema que merece reflexão” e que uma economia não se consegue desenvolver de forma sustentada com uma parte significativa da sua população em estado de desemprego de longa duração.
De seguida, passou a defender um rejuvenescimento da força de trabalho mas com uma referência curiosa aos trabalhadores com carreiras mais longas, que começaram a trabalhar mais cedo e ainda se encontram no ativo.
“Seria necessário pensar como poderíamos rejuvenescer essa área através da inclusão de jovens que estão no desemprego, e simultaneamente encontrar formas adequadas de pré-pensionamento destes tipo de trabalhadores, que por razões ligadas à sua formação, por razoes ligadas longa história de trabalho e até por razões ligadas à sua inadequação às novas condições, hoje frequentam sobretudo os centros de saúde para obter licenças médicas e outros mecanismos de ausência temporária”, disse o governador.
Carlos Costa falava de trabalhadores com carreiras mais longas, exemplificando com trabalhadores que começaram a trabalhar ainda antes da sua adolescência e hoje com mais de 60 anos ainda se encontram no ativo, mas com um rendimento cada vez menor.
O governador insistiu no assunto, reconhecendo que este assunto é de difícil discussão, mas que é necessário ser feito este debate.
“Não é fácil falar disto, mas acho que temos de ter consciência disso, temos de renovar uma parte da força de trabalho”, disse o governante.