Na última semana de julho, cinco banqueiros pediram à ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, para injetar dinheiro da linha da troika no BES, segundo a SIC. O “não” da ministra obrigou o Banco de Portugal a optar pela medida de resolução que, a 3 de agosto, dividiu o antigo BES em dois: Novo banco e bad bank.
O canal de televisão informa que o pedido veio dos presidentes dos grandes bancos a atuar em Portugal, juntamente com Vítor Bento, na altura presidente do BES, e Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos. O Banco de Portugal também terá aconselhado a ministra a utilizar o dinheiro da troika para recapitalizar o BES.
Ao pedido, Maria Luís Albuquerque respondeu “não”, o que terá levado o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, a optar pela divisão do banco em dois. O único acionista do Novo Banco é o Fundo de Resolução, suportado financeiramente por todos os bancos que operam em Portugal.
Ajuda externa acordada entre Portugal e os credores externos, no valor total de 78 mil milhões de euros, previa 12 mil milhões para apoiar a recapitalização dos bancos portugueses.
A 24 de julho, Luís Marques Guedes, ministro da Presidência, disse, após um Conselho de Ministros, que naquele momento “não existia qualquer pedido de recapitalização pelo banco [BES]”, tendo acrescentado que ainda estava disponível a linha de financiamento bancária criada quando da assinatura do plano de ajustamento, segundo a agência Lusa. “Portanto há um pouco mais de metade dessa linha que ainda está disponível para quaisquer necessidades que o sistema bancário nacional tenha em termos de recapitalização”, disse, na altura, Marques Guedes.
A ajuda externa acordada entre Portugal e os credores externos, no valor total de 78 mil milhões de euros, previa 12 mil milhões para apoiar a recapitalização dos bancos portugueses que necessitassem. BCP, BPI e o Banif recorreram àqueles meios financeiros, mas Ricardo Salgado, na altura presidente executivo do BES, recusou a solução e só acabou por tentar obter apoio do Governo quando o banco estava em situação desesperada.