O ministro da Defesa, Aguiar Branco, manifestou a disponibilidade da Força Aérea Portuguesa para transportar a filha prematura de emigrantes portugueses que não dispunham de recursos para o seu tratamento, assim que esse transporte seja clinicamente possível. “A oportunidade e as condições do ponto de vista médico para que isso se possa executar não dependem de nós. Logo que isso seja necessário, logo que seja oportuno em termos médicos, a Força Aérea, como sempre, estará disponível para cumprir mais essa missão”, afirmou José Pedro Aguiar Branco.
O ministro sublinhou que “existe essa disponibilidade e existe essa capacidade” por parte da Força Aérea, em cujo “leque de missões” se encontra o transporte de feridos e pessoas a necessitar de cuidados médicos em hospitais portugueses. Aguiar Branco falou aos jornalistas à chegada à capital da Lituânia, Vilnius, onde na quarta-feira realizará uma visita à força nacional destacada na missão da NATO, encontrando-se com o seu homólogo lituano.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, disse à Lusa que a hipótese de transferência da bebé para Portugal ainda não se coloca por motivos clínicos. “A única coisa que sabemos é que neste momento os médicos não autorizam a transferência [para Portugal] por razões clínicas, ou seja, a criança não está em condições de fazer uma viagem de cerca de oito ou nove horas de avião, portanto, vai ter de continuar no Dubai até ganhar resistência que permita aos pais — e isso é uma opção dos pais — trazê-la para Portugal”, frisou. José Cesário revelou que o Ministério da Saúde do Dubai autorizou a transferência para um hospital público da filha prematura de emigrantes portugueses, nascida num hospital privado do emirado.
Eugénia e Gonçalo Queiroz, pais de Margarida, nascida a 28 de outubro com apenas 25 semanas de gestação e 410 gramas, não têm seguro de saúde e não dispunham de meios para pagar as despesas hospitalares de mil euros por dia, uma vez que não há seguradoras que façam apólices a uma bebé cujas hipóteses de sobrevivência oscilam entre 40% e 50% por cento. A história do casal de emigrantes portugueses gerou uma onda de solidariedade que levou à criação de uma página na rede social Facebook, através da qual foram já angariados cerca de 60 mil euros.
O secretário de Estado precisou que os custos do internamento neste hospital “são os mais baixos cobrados nos Emirados [Árabes Unidos]” e que “com a recolha de fundos efetuada, os pais da criança têm meios para pagar uma parte significativa da despesa em causa”. O governante assegurou que a secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas “vai continuar atenta à evolução da situação”.