Imagens e testemunhos do incêndio que há 50 anos destruiu o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, foram recuperadas para a exposição “O Nacional está a arder!”, que é inaugurada esta terça-feira, naquele monumento nacional.

“O NACIONAL ESTÁ A ARDER! O INCÊNDIO DE 1964 E O FIM DE UMA ÉPOCA”, exposição programa no âmbito do projeto Memória (1964) “recupera imagens e testemunhos que permitem entender o impacto que teve a calamidade na cidade de Lisboa e no país”, adianta, em comunicado, o Teatro Nacional D. Maria II (TNDM).

O Dona Maria a arder - fotografia Diário de Notícias

O Dona Maria a arder – fotografia Diário de Notícias

De acordo com a comissária da exposição, Cristina Faria, “esta iniciativa procura mostrar as implicações do incêndio no edifício e na vida da sua companhia residente, através de documentação de arquivo e de testemunhos orais de quem conheceu e habitou o espaço em momentos distintos — antes e depois do sinistro — procurando reconstruir as narrativas possíveis sobre o acontecimento e manter viva a memória do que não pode voltar a acontecer”.

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A mostra, de entrada livre, pode ser visitada até 31 de julho de 2015, na 1.ª Ordem do Teatro Nacional.

O edifício do TNDM, situado no Rossio, está classificado como monumento nacional, desde julho de 2012, tendo aberto portas oficialmente no dia 13 de abril de 1846, no âmbito das celebrações do 27.º aniversário da rainha D. Maria II, que lhe deu o nome.

A instituição do Teatro Nacional, todavia, foi criada em 1836, após a vitória dos liberais, no ambiente literário do romantismo, que levava à urgência de definição de um repertório nacional. Até à abertura do edifício atual, que assenta nas fundações do antigo palácio dos Estaus, que foi a sede da Inquisição, o Teatro Nacional funcionou no extinto Teatro Condes.

O edifício foi traçado pelo arquiteto Fortunato Lodi, em estilo neoclássico e, em 1964, um incêndio destruiu o interior, tendo ficado apenas as paredes exteriores. O teatro foi reconstruído de acordo com a traça original, sob a orientação do arquiteto Rebello de Andrade, tendo reaberto em 1978. Em 1928, o edifício foi classificado como de interesse público, com o nome de Teatro Nacional Almeida Garrett, dramaturgo a quem se deve o impulso para a sua conclusão definitiva, voltando anos mais tarde a ostentar o nome com o qual foi batizado em 1846.