Por cada empresa que encerrou em 2014, nasceram 2,5 novas entidades, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira no Barómetro anual da Informa D&B. No total, foram criadas 35.568 empresas e o país atingiu o rácio de nascimentos/encerramentos mais elevado desde 2007.

O setor da Agricultura, Pecuária, Pesca e Caça foi o que mais cresceu desde 2007 – 25%. Em 2014, foram criadas 1.685 empresas quando sete anos antes tinham sido criadas 655. Em 2014, foi o oitavo setor que registou o maior número de novas empresas. A liderar a tabela, permanecem os setores dos Serviços e do Retalho, com 11.125 e 5.527 empresas criadas, respetivamente.

O segundo destaque vai para o setor de Alojamento e Restauração, que se mantém no terceiro setor com mais novas empresas criadas desde 2011, ano em que destronou ao setor da Construção. Em 2014, foram criadas 3.839 novas empresas, mais 3,11% do que em 2013 e mais 32,6% do que em 2007.

A maior subida do ano vai para o setor das Atividades Imobiliárias, que cresceu 25% de 2013 para 2014. No ano passado, foram registadas 2.249 empresas no setor, um valor próximo do que foi registado em 2007: 2.741 novas empresas. Em 2012, o setor já tinha caído cerca de 61%.

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Desde 2009 que a maior parte das empresas nasce no Norte do país e não em Lisboa. Para Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, “esta recuperação do número de nascimentos para valores semelhantes aos registados antes do início do Programa de Assistência Económica e Financeira é um sinal positivo e poderá indicar alguma adaptação e renovação do tecido empresarial nacional“, revela.

Não foram só criadas mais empresas, como o nível de desempenho também está a melhorar. A maior parte dos setores cresceu em volume de negócios em 2013 e 2014, ao contrário do que se tinha verificado no período anterior (2011-2012).

O setor que mais cresceu em volume de negócios foi o da Agricultura, Pecuária, Pesca e Caça: 3,4%. As Indústrias Transformadoras cresceram 1,2% e continua a ser o setor que representa mais de um quarto (27%) do total de volume de negócios do tecido empresarial.

“Fatores como alterações fiscais ou a possibilidade de constituir empresas com o capital de 1 euro por sócio, a partir de abril de 2011, poderão explicar a recuperação do empreendedorismo, a juntar ao acréscimo verificado na iniciativa individual, que se constata pelo crescimento do número de sociedades unipessoais”, afirmou Teresa Cardoso de Menezes.

As exportações também deram sinais positivos, com uma “melhoria generalizada” nos níveis de crescimento. As Pequenas e Médias Empresas são as que se destacam, tendo melhorado 10,4 pontos percentuais. As exportações do setor das Indústrias Transformadoras cresceram 6,6% em 2013 e atingiram um valor que representa quase metade do seu volume de negócios. As exportações do setor das Grossistas cresceu 11,8%.

Encerramento de empresas atinge valor mais baixo dos último sete anos

Em 2014, encerraram 13.952 empresas, menos 13,2% do que no ano anterior. Este é o valor mais baixo dos últimos sete anos. O pico aconteceu em 2012, quando fecharam portas 19.080 empresas, mais 26,9% do que no ano passado. O setor onde mais empresas encerraram em 2014 foi o Retalhista, seguido do da Construção e do de Alojamento e Restauração. Ainda assim, registaram valores mais baixos do que em 2013.

As insolvências caíram 20,6% em 2014 para 4.401 registos, um número que acompanha a tendência já verificada em 2013. Este número vinha a aumentar desde 2007. O setor da Construção lidera o ranking, seguido do Retalhista e das Indústrias Transformadoras, com valores mais baixos do que no ano anterior.