Um protesto contra a falta de liberdade das mulheres… no Brasil. O movimento Topless In Rio, que tem como objetivo apontar o dedo ao machismo, organizou uma manifestação na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, na passada terça-feira. Ao todo, sete mulheres em topless e outras oito a envergar t-shirts com a imagem de seios à mostra desafiaram a lei brasileira. Apesar de não estar explícito no código penal, a prática do topless no Brasil é considerada um “ato obsceno” e classificada como crime, escreve a Lusa. As penas em questão, acrescenta o espanhol ABC, vão dos três meses a um ano de prisão.

O protesto de terça-feira durou alguns minutos, o suficiente para despertar a atenção de muitos curiosos e jornalistas que se dirigiram à emblemática praia carioca. A responsável pelo movimento em questão é a jornalista Ana Paula Nogueira. Citada pelo jornal brasileiro Estado de São Paulo, disse: “Não fazemos isto para que o topless vire moda. Isso não acontece do dia para a noite. É para questionar, desnudar as hipocrisias”.

O movimento Topless In Rio, que em dezembro de 2013 realizou o primeiro encontro também na Praia de Ipanema, quer mudar a legislação que atualmente impede as mulheres de estarem nuas da cintura para cima. Escreve o ABC que elas contestam que a mesma norma não seja aplicada aos homens. Além disso, a proibição vai contra alguns hábitos daquele país, desde os biquínis reduzidos aos trajes carnavalescos.

O certo é que as mulheres que deixam os seios a descoberto podem ser denunciadas por perturbar a ordem pública, dependendo assim do parecer subjetivo de polícias e de juízes — acrescente-se que, no Brasil, os homens tendem a dar mais importância a rabos do que a seios, tal como explica o Folha de São Paulo. Ainda assim, pouco a pouco aparecem novos espaços dedicados ao nudismo, tal como a praia de Abricó, nos arredores da cidade.

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