O bloqueio de servidores estrangeiros que permitem navegar a Internet na China sem as restrições impostas pelo Governo visa “manter a segurança do ciberespaço”, justificou um alto funcionário chinês citado hoje pelo China Daily.

“O rápido desenvolvimento da Internet está a obrigar o ministério da Indústria e Tecnologia de Informação (MIIT) a utilizar novos meios para manter a segurança do ciberespaço e o seu estável funcionamento”, disse Wen Ku, diretor do desenvolvimento de telecomunicações do MIIT.

“O país precisa de novos métodos para enfrentar novos problemas. O desenvolvimento da Internet tem de ser feito de acordo com a lei chinesa”, acrescentou.

Só através de uma VPN (Virtual Proxy Network) sedeada fora da China é possível aceder aos sites bloqueados pelo governo chinês em nome da “segurança nacional” e da “estabilidade social”, nomeadamente Facebook, Google, Youtube ou Twitter.

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Na semana passada, o controlo de Pequim sobre a Internet “aperfeiçoou-se”, anunciou um jornal do Partido Comunista Chinês a propósito da “atualização” da chamada “Grande Firewall da China”, que interrompeu parcialmente o serviço fornecido por servidores localizados no estrangeiro.

Descrita na imprensa oficial chinesa como um ato de “soberania ciberespacial”, a “atualização” afetou sobretudo o sistema operativo dos smartphones, tablets e outros dispositivos móveis.

A população online da China aumentou quase 200 milhões nos últimos quatro anos, atingindo 648 milhões no final de 2014. Cerca de 30% têm entre 20 e 29 anos e mais de dois terços acedem à Internet através de dispositivos móveis. A assinatura de uma VPN custa o equivalente a seis dólares por mês (cerca de 40 yuan) – menos do que um bilhete de cinema.