Eugene de Kock, o coronel da polícia política sul-africana e líder dos esquadrões da morte do apartheid que foi responsável pela tortura e morte de ativistas nos anos 80 e 90, vai sair em liberdade condicional depois de mais de 20 anos na prisão.
A libertação de Kock, conhecido pela alcunha Prime Evil (mal supremo), foi anunciada pelo ministro da Justiça sul-africano, Michael Masutha, como indo ao encontro do “interesse do desenvolvimento da nação e da reconciliação”, uma vez que o antigo coronel expressou arrependimento pelos seus crimes, tendo ajudado as autoridades a encontrar os restos mortais de algumas das suas vítimas.
A decisão não é unânime num país a braços com o legado de um regime de repressão e violência que vigorou entre 1948 e 1994. Não se sabe ainda quando Kock, 66 anos, sairá em liberdade.
De Kock foi preso em 1994, no mesmo ano em que Nelson Mandela chegou ao poder na África do Sul, e foi condenado a 212 anos de prisão por crimes de homicídio, raptos e fraudes. Em 1995, admitiu a sua responsabilidade na morte de muitos ativistas do ANC (partido de Mandela que se empenhou no fim do apartheid).