Aníbal Cavaco Silva disse este sábado que Passos Coelho “deu as explicações que entendeu que devia dar” sobre as dívidas à Segurança Social, inclusive ao Presidente da República. “Também me as deu a mim”, afirmou, acrescentando que um Presidente da República de “bom senso nunca se deve meter nestas controvérsias”.
O Presidente da República falou aos jornalistas à margem da comemoração dos 125 anos da Unicer, mas absteve-se de fazer comentários à polémica que tem rodeado o primeiro-ministro na última semana e que diz respeito às dívidas contraídas entre 1999 e 2004, enquanto foi trabalhador independente.
“Um Presidente da República de bom senso não deve comentar lutas político-partidárias, principalmente quando já se sente um certo cheiro de campanha pré-eleitoral. Isso é matéria dos comentadores políticos. É esse o seu ofício”, disse.
À oposição, pediu que se concentrassem naqueles que são “os problemas do país”, referindo-se ao combate ao desemprego e à competitividade da economia e que evitassem “crispações”, para que “no pós-eleições existam condições para assegurar a estabilidade política e que a solução governativa seja consistente e coerente”.
Face à insistência dos jornalistas, Cavaco Silva adiantou que tem “muita experiência para saber distinguir entre aquilo que são jogadas político-partidárias do que são outras matérias”, referindo que enquanto Presidente da República está “acima dos partidos” e “acima das polémicas”.