O ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, Jorge Moreira da Silva, anunciou que o Governo pretende investir 750 milhões de euros até 2050 no combate à erosão costeira do litoral português.
O anúncio foi feito dia 16 de março à tarde, em Lisboa, na apresentação de um relatório sobre a erosão costeira, elaborado por um grupo de trabalho criado pelo Governo, cuja principal conclusão foi a necessidade de alimentar artificialmente, de forma sistemática, a areia das praias.
“Para nós é esforço urgente e prioritário. Portugal está numa situação de maior vulnerabilidade do que outros países. Tem 25% da sua costa sob erosão e 66% sob risco. Por isso é fundamental que, mesmo num quadro de restrição orçamental, possamos fazer a adaptação às alterações climáticas”, afirmou aos jornalistas Jorge Moreira de Silva.
Nesse sentido, o ministro afirmou que o Governo prevê realizar um investimento de 200 milhões de euros até 2020 (inserido no quadro comunitário de apoio Portugal2020) e 750 milhões de euros até 2050, através de ações de planeamento e proteção, elaboração de cartas de risco, alimentações artificiais de praias e monitorização da costa portuguesa.
Jorge Moreira da Silva explicou que dado o “défice de sedimentos existentes em algumas zonas de costa que o governo pretende levar a cabo “alimentações de elevada magnitude”, estando neste momento a “identificar fontes possíveis de sedimentos”, trabalho que deverá estar concluído até junho.
Para esse trabalho, Jorge Moreira da Silva referiu que terá de existir uma maior articulação entre o Governo e a gestão dos portos, uma vez que muitas das “dragagens” (remoção de sedimentos) serão feitas aí.
O ministro do Ambiente disse ainda que espera ter concluído também até junho uma proposta de gestão integrada da zona costeira.
O relatório sobre a orla costeira portuguesa foi coordenado por Filipe Duarte Santos que alertou para a rápida erosão da costa e para a necessidade de adotar medidas para o curto prazo (2020), mas também médio (2050) e longo (2100)
O grupo de trabalho identificou como a zona mais crítica o troço entre a foz do Douro e a Nazaré.