Após contabilizada a segunda recontagem, devido a erro informático que não considerou Porto Santo na votação, o PSD recupera a maioria absoluta. O deputado que o PCP tinha conseguido com a primeira recontagem, que tirou a maioria absoluta ao PSD Madeira, voltou agora a pertencer aos sociais-democratas.
A cinco votos de eleger o terceiro deputado o PCP exigiu a recontagem dos votos. “Conseguimos aquilo que muita gente andava atrás – tirar a maioria ao PSD”, disse aos jornalistas Leonel Nunes, mandatário da candidatura da CDU, depois da primeira recontagem. “Fez-se justiça. Ninguém nos tira o terceiro lugar.” Mas afinal tiraram.
Segundo o representante do partido, não teria sido apenas a recontagem dos votos nulos a garantir o terceiro deputado à CDU. “Não foi a recontagem dos votos, foram também as chapeladas que continua a haver na nossa terra”, diz Leonel Nunes. “Não foi a recontagem dos votos nulos que resolveu o problema, foram os números empolados de votos que foram expressos e que não foram, votos da CDU junto dos votos do PSD.” O problema é que a primeira recontagem se esqueceu dos votos de Porto Santo. Um erro informático.
A assembleia de apuramento das legislativas de domingo na Madeira detetou um erro informático depois de afixar o edital que retirava a maioria absoluta ao PSD. Um erro na programação informática não tinha contabilizado os dados referentes ao Porto Santo quando foi feita a distribuição dos mandatos pelos partidos e apenas foi tida em conta a votação da ilha da Madeira. O erro obrigou a uma segunda recontagem, desta feita com Porto Santo, confirmando a vitória por maioria absoluta do PSD Madeira.
O partido de Miguel Albuquerque tinha conseguido no domingo 24 dos 47 deputados regionais na primeira contagem. Mas como foi o último partido a eleger um deputado, uma recontagem podia alterar esta distribuição de deputados. Por momentos, depois da primeira recontagem, acreditou-se que o PSD tinha perdido um lugar para a CDU, mas afinal ficou tudo na mesma.
A disponibilidade que José Manuel Rodrigues, candidato pelo CDS-PP, mostrava em formar uma coligação dependendo do “partido que for maioritário” pode não encontrar resposta. “O CDS-PP só não faz coligações com partidos radicais e extremistas.” Mas Miguel Albuquerque, com maioria absoluta, pode não ter necessidade disso.
José Manuel Rodrigues sublinhou, durante a campanha, que as quatro décadas de maioria absoluta do PSD no arquipélago resultaram num «desastre financeiro, económico e social» e representaram dívida, austeridade, desemprego e corrupção também «absolutos». Mas ainda não foi desta que a ilha da Madeira se vestiu de outra cor.
Atualizado às 23h00.