O movimento político Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) entregou 8.770 assinaturas no Tribunal Constitucional para se constituir oficialmente como partido político e poder concorrer às próximas eleições legislativas.
“Recolhemos 8.770 [assinaturas], achamos que é o suficiente. Entregámos o projeto de estatutos e entregámos a declaração de princípios” no Tribunal Constitucional, disse à agência Lusa o fundador do movimento, António Mateus Dias, acrescentando que foram precisos cerca de quatro meses para juntar as assinaturas.
António Mateus Dias, reformado da empresa ANA, afirmou também que o objetivo do PURP é concorrer “a todos os cargos do país”, nomeadamente às próximas eleições legislativas.
“É para ganharmos as eleições, temos capacidade e material para isso”, respondeu o fundador do PURP quando questionado acerca do objetivo nas legislativas.
Quanto ao cabeça de lista, António Mateus não quis avançar nomes, remetendo o anúncio para “depois do partido estar formado”, respondendo o mesmo acerca do apoio a algum candidato presidencial.
Nas medidas propostas pelo PURP encontram-se a reposição dos escalões de IRS para “valores e tabelas anteriores”, o aumento do “valor das reformas mínimas para o acompanhamento do aumento do salário mínimo nacional” (505 euros), ou a “criação de um ministério ou secretaria de Estado para o estudo e defesa desta franja da sociedade”.
Nos folhetos do movimento, lê-se também que o PURP quer “que a lei sobre os sinais exteriores de riqueza seja implementada o mais célere possível”.
O fundador desta força política declarou à Lusa que o público-alvo não são só os eleitores reformados e pensionistas, mas “todas as pessoas que não se revêm nesta austeridade e neste país miserável”.
Quanto ao posicionamento à esquerda ou à direita, António Mateus Dias referiu que o partido defende “o bem comum” e não tem “esses dogmas”, considerando que estas classificações “são teorias atrasadas no tempo e que não vêm resolver nada à sociedade.
António Mateus Dias sublinhou ainda que formou o movimento porque, na sua opinião, Portugal não tem “associações de reformados que defendam esta camada da população de quatro milhões de pessoas, com dois milhões praticamente na miséria”.
“Partimos para a fundação deste partido para sermos nós próprios a defender-nos”, disse.