“Primeiro estranha-se, depois entranha-se.” O slogan foi criado por Fernando Pessoa para uma campanha publicitária, mas Hugo Loureiro, personal trainer, formador e consultor de exercício e bem-estar que desenvolve exercícios hipopressivos, utiliza-a para introduzir esta técnica a quem dela nunca ouviu falar.

Consegue imaginar a pressão sentida na zona abdominal quando tosse ou quando caminha? E quando corre ou não consegue parar de rir? Nessas alturas, está a trabalhar os abdominais de forma involuntária mas sujeito a pressões que não consegue controlar e que podem, em situações extremas, gerar lesões. O que os exercícios hipopressivos fazem é melhorar a gestão destas pressões. Ou seja, sem que sejam feitos abdominais da forma tradicional — em que há a conjugação da elevação do tronco com a pressão abdominal em posição ajoelhada ou com a elevação dos joelhos –, controlam a pressão que é exercida sobre a faixa abdominal, e assim reduzem o perímetro desta zona, mantendo-a forte e firme.

Para além disso, Hugo Loureiro, de 40 anos, explica que os exercícios permitem “melhorar a postura e aumentar a estatura, prevenir a incontinência urinária, reduzir ou eliminar dores nas costas, prevenir hérnias, aumentar a capacidade respiratória do metabolismo e do rendimento desportivo e melhorar o estado emocional, assim como a função sexual”.

O exercício destina-se a homens e mulheres, e a quem não tenha “pressão arterial elevada, hérnias abdominais e inguinais graves, nem gravidez”. No caso delas, este treino revela-se também importante na fase de pré e pós-parto, já que, atendendo a muitos dos benefícios anteriormente referidos, “possibilita um parto mais saudável, restituindo a anterior silhueta abdominal e reequilibrando as emoções”.

No vídeo seguinte, o personal trainer e responsável do PT Studio Pilates demonstra como os músculos são contraídos num movimento que envolve a respiração, postura, faixa abdominal, diafragma e todos os músculos que utilizamos quando inspiramos.

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No treino, podem ser executados dois tipos de exercícios, os estáticos e os dinâmicos. Nos exercícios estáticos, não são precisos  acessórios; nos dinâmicos são necessárias joelheiras e, em casos especiais, cotoveleiras e apoios para a cabeça. A roupa também é importante: é necessário utilizar a que seja “propícia à amplitude de movimentos, preferencialmente preta, para não interferir com o desempenho neurológico”.

Na prática, os exercícios executam-se desta forma:

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Há posturas que podem fazer lembrá-lo de Arnold Schwarzenegger por altura dos concursos de culturismo, mas a técnica não requer tamanha envergadura e pode ser praticada em ginásios, clínicas e estúdios de exercício físico. Aconselha-se que, no mínimo, a prática seja de dois dias por semana.

“Em três meses, treinando duas vezes por semana 30 minutos, poderá haver melhorias nos benefícios previamente enunciados, com particular destaque para menos três centímetros de perímetro abdominal”, reforça Hugo Loureiro.

No PT Studio Pilates (Avenida da Liberdade, 177, Lisboa), onde este profissional dá treinos, cada sessão começa nos 25 euros (o preço varia consoante o tempo). Na página de facebook do estúdio pode acompanhar alguns dos treinos, registados em fotografias e vídeos.

Se já está mais esclarecido e a técnica já se entranhou, só nos resta desejar: bons treinos.