A NATO reagiu com dureza à intenção da Rússia de reforçar o arsenal nuclear estratégico ainda este ano. Depois de Vladimir Putin ter anunciado um incremento de 40 mísseis balísticos com capacidade para desafiar os sistemas de antimísseis mais avançados, o secretário-geral da Organização do Tratado Atlântico Norte acusou os russos de “bravata nuclear.

O norueguês Jens Stoltenberg acusou a ameaça do presidente russo de ser “injustificada, destabilizadora e perigosa”. Numa conferência de imprensa em Bruxelas, o homem forte da NATO garantiu que “vamos responder, assegurando que a NATO será também no futuro uma aliança que protege os seus membros contra o inimigo”. Stoltenberg acrescenta que a retórica de Moscovo justifica a disposição crescente da organização em intervir para defesa países que fazem parte da NATO.

O anúncio de Vladimir Putin foi feito esta terça-feira num fórum de armamento nos arredores da capital. Um reforço da capacidade ofensiva no leste europeu, através de novos mísseis com alcance de 5500 quilómetros, por parte da Federação Russa seria um ato inédito desde 1989. No entanto, este cenário tem estado em cima da mesa desde a escalada do conflito com foco na Ucrânia que arrastou o tom das relações entre o Ocidente e a Rússia para níveis da guerra fria.

O presidente russo não avançou detalhes sobre a localização do novo armamento. Putin tem defendido que Moscovo deve manter o seu poder de dissuasão nuclear, perante o que qualifica de ameaças à segurança russa, tendo já admitido instalar armas deste tipo na península da Crimeia, região da Ucrânia que passou para a esfera russa no ano passado.

Na sequência deste conflito, Moscovo pretende gastar mais de 400 mil milhões de dólares na modernização do seu dispositivo militar. Ameaçada pelas sanções internacional e pelo recuo das cotações do petróleo, Putin aposta no investimento na defesa para reanimar a economia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR