Na cidade chinesa de Yulin, o dia 22 de junho marca a chegada do verão com o começo do festival anual de lichias e carne canina. Segundo um artigo do China Daily, cerca de 10 000 cães são mortos, todos os anos, para o festival. A prática tem causado polémica nas redes sociais. Vozes como a do comediante britânico, Ricky Gervais, também se juntaram à revolta com a hashtag #StopYuLin2015.
#StopYuLin2015 Thunderclap https://t.co/4UJggPvVntpic.twitter.com/YCUUlqbRcx They believe the more an animal is tortured the tastier the meat.
— Ricky Gervais (@rickygervais) June 14, 2015
A tradição terá começado nos anos 90, mas a prática de comer carne de cão é muito mais antiga. Segundo a cultura chinesa, a carne destes animais é fonte de sorte e saúde. Pensa-se que o seu consumo aumenta a hipertermia (aumento do calor corporal interno), sendo uma boa fonte de sustento para os caçadores durante os meses de inverno.
Apesar da História, a pressão contra o festival tem crescido e atingiu um pico este ano. Além da reprovação internacional, várias celebridades chinesas, como a atriz Sun Li e a cantora Yan Mi têm feito pedidos contra a celebração nas redes sociais. Apesar da posse de cães como animais domésticos ter sido proibida durante a Revolução Cultural Chinesa, o hábito tornou-se popular junto da classe média nos últimos anos
Perante as queixas na Internet o governo de Yulin emitiu uma declaração, no dia 7 de junho, a afirmar que o festival não existe oficialmente. Contudo, não nega a existência de reuniões entre os habitantes da cidade, no verão, para consumir carne de cão e lichias. O costume não é ilegal, pois a China ainda não tem uma lei para proteger os direitos dos animais domésticos.
Em 2009 foi apresentado um projeto de lei para sancionar a tortura a animais com uma multa de 6000 yuan (cerca de 800 euros), mas a Assembleia Nacional da China não o chegou a aprovar. Os ativistas esperam que a prática seja extinta na cidade de Yulin. Em 2011 as autoridades chinesas baniram outro festival de carne canina, em Jinhoua, também devido à polémica nas redes sociais.