O primeiro-ministro britânico David Cameron desenvolveu um plano com quatro reivindicações para o Reino Unido continuar na União Europeu (UE). O preço a pagar para que isso aconteça passa, por exemplo, pela não inclusão do euro como moeda oficial entre os Estados-membros ou pela implementação de um sistema que permita ao Reino Unido retirar poder às decisões europeias com que não concorde, avança o The Telegraph.
As fontes do gabinete do primeiro-ministro que falaram com o jornal estão confiantes de que vai ser possível manter a Grã-Bretanha na UE. Na segunda-feira começa uma nova campanha para persuadir os cidadãos a votar que o país liderado por David Camerion continue a ser um Estado-membro da UE.
As quatro exigências do Reino Unido:
- Pressionar Bruxelas a fazer “uma declaração explícita” que revele que a Grã-Bretanha vai permanecer de fora de iniciativas que visem fazer da Europa um super Estado. Assim, o país fica excluído de um dos princípios fundadores da UE: “para uma união ainda mais próxima”.
- Outra “declaração explícita” que clarifique que o euro não é a moeda oficial na UE e que esta é uma união feita de várias moedas. Esta medida visa proteger a existência da libra estrelina enquanto moeda legítima.
- Um novo sistema de “cartão vermelho” para devolver o poder de Bruxelas ao Reino Unido, dando poder ao parlamento britânico para parar diretivas que não são queridas pelos britânicos
- Uma nova estrutura da UE, em que o bloco de 28 estados-membros é reorganizado para prevenir que os nove países que não fazem parte da zona euro sejam dominados pelos 19 que estão.
Conta o The Telegraph que este plano é o mais provável de reunir consenso para o acordo, porque é difícil negociar uma solução aceitável pelos outros 27 Estados-membros, Comissão Europeia e Parlamento Europeu. As grandes mudanças face às políticas migratórias foram abandonadas por causa das posições defendidas pelos países mais pequenos como a Hungria, Eslováquia ou Polónia.
David Cameron vai fazer pressão sobre o referendo na cimeira dos líderes europeus, que vai decorrer na próxima semana em Bruxelas. Na sexta-feira, já tinha avisado a chanceler alemã Angela Merkel que “ainda havia muita coisa para fazer” até conseguir alcançar um acordo “aceitável”.