Segundo a guarda-freio Celeste Grencho, há 21 anos na Carris, o elevador da Glória, que no sábado assinala os 130 anos de funcionamento, “essencialmente, é para os turistas”. “Na parte da manhã há moradores ou quem trabalha no Bairro Alto. Andam também muitas crianças, que sobem porque há um infantário. A partir das 10h00 está praticamente entregue aos turistas”, contou à agência Lusa.
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São 275 metros de calçada, com uma inclinação de cerca de 18%, que o ascensor demora cerca de um minuto e meio a dois minutos a subir, ou a descer. Ou, como cantavam os Rádio Macau: “Desde este lugar sem história/Até um lugar na história/ Vão apenas dois minutos/No elevador da glória”.
A viagem é curta, “mas é uma viagem histórica”. Aos turistas que ficam desiludidos — “aquele turista que é apanhado, vê o elevador acha graça e entra e nem sabe muito bem para onde vai” — Celeste Grencho aconselha visitas ao Miradouro de São Pedro de Alcântara ou à Igreja de São Roque. Alguns voltam ao elevador só para lhe agradecer as dicas, contou.
Mas, há também os outros turistas, “informados, que sabem o que é a viagem e admiram no todo o elevador, reparam em tudo, é uma viagem histórica para eles”. Certo dia, recordou Celeste Grencho, um turista “até chamou ao elevador um museu andante”.
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O ascensor que atualmente sobe e desce a Calçada da Glória “é semelhante ao de 1914, altura da eletrificação”, explicou o diretor de Operações do modo elétrico da Carris, Martins Marques.
O responsável recordou que, “há 130 anos, o elevador começou a funcionar com contrapeso de água”. “E nessa altura, as cabines eram completamente diferentes do que são hoje. Tinham dois pisos, havia um piso inferior onde também havia bancos longitudinais em que as pessoas iam de costas para os prédios, viradas para o interior do carro. E no primeiro piso, designado imperial, que não tinha cobertura e os bancos estavam costas com costas”, contou. Entretanto, o ascensor passou “a ter um motor a vapor e em 1914 foi eletrificado”.
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A antiguidade do elevador é um dos pontos que atrai os turistas. “É encantador e gosto muito do facto de ser muito antigo”, disse a inglesa Anne, ao sair do ascensor nos Restauradores. Já o francês Jean-Baptiste achou “muito típico” e destacou “a bela vista”. Martine, também francesa, achou que a viagem teve um senão: “demasiados turistas”.
“Eu sou uma turista, mas reparei que não há pessoas de Lisboa. Tem apenas turistas e é uma pena ter tantos graffiti. Eu gosto de arte, mas…”, lamentou.
O elevador da Glória funciona de segunda a quinta-feira, entre as 07h00 e as 23h55, às sextas entre as 07h00 e as 00h25, aos sábados entre as 08h30 e as 00h25 e aos domingos entre as 09h00 e as 23h55.
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Para subir ou descer pode usar-se qualquer título de transporte da Carris, o passe mensal ou pré-comprados (7Colinas). Além disso, para quem não tiver estes títulos, é possível comprar um bilhete dentro do elevador, custa 3,60 euros e dá para duas viagens.