O PCP volta a pedir a eliminação de portagens na A23, mas com o acordo à esquerda em vigor com o PS e depois de António Costa ter falado da necessidade de reavaliar “as obrigações contratuais do Estado, eliminar e criar melhor condições de acessibilidade na região do interior” durante a campanha eleitoral, espera que proposta seja avaliada de forma diferente do que aconteceu na legislatura anterior.
Os comunistas alegam que a autoestrada que liga Torres Novas à Guarda não apresenta quaisquer alternativas viáveis e que os utilizadores são obrigados a circular pagando as taxas aplicadas àquele trajeto. “Não há, como é evidente, nenhuma alternativa viável à A23. A introdução de portagens na A23 representou um retrocesso de décadas nas acessibilidades dos distritos de Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Guarda”, escreve o PCP no projeto de resolução a que o Observador teve acesso.
Esta é a quarta vez que o PCP tenta acabar com as portagens na A23, tendo apresentado três projetos neste sentido nos últimos quatro anos. Nas duas últimas iniciativas apresentadas ainda durante o Governo de direita, o PS votou contra o fim das portagens nesta autoestrada.
No entanto, a revisão das portagens nas zonas do interior e nas zonas transfronteiriças foi abordada por António Costa durante a campanha eleitoral numa visita à Covilhã. “Já dissemos que é necessário fazer a reavaliação das obrigações contratuais do Estado, eliminar e criar melhores condições de acessibilidade na região do interior e regiões transfronteiriças e de particular afluxo turístico, como a Via do Infante“, disse o então candidato a primeiro-ministro.
Numa entrevista à TVI, defendeu que é “habitualmente pouco entusiasta de propostas de eliminação de portagens” mas que, por exemplo, o caso da estrada nacional 125, que é um “cemitério”, não pode ser considerada uma alternativa à Via do Infante.