Barómetro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica para a Antena 1, RTP, Jornal de Notícias e Diário de Notícias feito no rescaldo da tomada de posse do novo Governo do PS mostra que Pedro Passos Coelho era o preferido dos portugueses para ser primeiro-ministro mas que, não sendo, a indigitação de António Costa era a opção mais certa a tomar. Se as eleições fossem hoje, coligação PSD/CDS, assim como o PS, teriam mais votos, com a PáF mais perto da maioria absoluta, mas ainda abaixo desse limiar. Portugueses inquiridos preferiam que Costa tivesse negociado à direita, mas é a Catarina Martins que dão a melhor nota de desempenho político nas últimas semanas.
O inquérito foi feito entre os dias 5 e 6 de dezembro, já depois de o Governo de António Costa ter tomado posse, tendo sido validados um total de 1183 depoimentos. Aqui ficam algumas das conclusões:
Passos é o preferido para primeiro-ministro…
A maioria dos portugueses inquiridos nesta sondagem (52%) acha que o primeiro-ministro saído das eleições de 4 de outubro devia ser Pedro Passos Coelho, e não António Costa. 37% dos portugueses sondados preferia o líder socialista, sendo que 11% optou por não responder à questão.
…mas Cavaco fez bem em indigitar Costa
Ainda assim, e tendo em conta a composição do Parlamento e a abertura da esquerda para apoiar um governo socialista, 49% dos inquiridos acham que Cavaco Silva fez bem em indigitar António Costa, por considerarem que essa era a “melhor solução”. 35% dos inquiridos responderam que não concordavam com a decisão do Presidente da República e 16% não responderam.
Intenções de voto: sobem todos (menos PCP), PàF ainda não chegaria à maioria absoluta
As eleições foram há mais de dois meses e muita tinta já correu desde então. Se fosse hoje, contudo, os resultados não seriam muito diferentes. A coligação Portugal à Frente continua a liderar folgadamente as intenções de voto, subindo dos reais 38,5% para 41% o que, ainda assim, não seria suficiente para chegar à maioria absoluta. Também o PS, de acordo com esta sondagem, aumentaria a votação, passando dos 32,3% que obteve há dois meses para 34%. Pouca diferença, ainda assim.
O mesmo para o Bloco de Esquerda e para o PAN, que registam subidas nas intenções de voto. Os bloquistas aumentariam a fasquia de 10,2% para 11% e o partidos das Pessoas, Animais e Natureza, que conseguiu eleger um deputado com 1,4% da votação, poderia chegar hoje aos 2%. Só a CDU é que contraria esta tendência, baixando 1,3 pontos percentuais nas intenções de voto (passava dos 8,3% para 7%).
Costa fez bem ou mal em negociar à esquerda?
Fez mal, a avaliar pelas opiniões dos inquiridos pela Católica. 44% dos inquiridos preferiam que o PS tivesse negociado com o PSD e o CDS, viabilizando um governo de Passos Coelho, sendo que 39% preferiam que as negociações fossem à esquerda, tal como aconteceu. 17%, ainda assim, preferiram não responder.
Entre os votantes do PS, PCP e BE, a maioria apoia a decisão de Costa de se aliar a Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. De acordo com a mesma sondagem, os eleitores estão de modo geral satisfeitos com a sua opção de voto nas últimas legislativas, não havendo muitos arrependimentos. Ainda assim é entre os eleitores da CDU que se encontra a maior percentagem de insatisfeitos (25%).
Catarina Martins tem a melhor nota de desempenho
Na parte dedicada à avaliação do comportamento das principais figuras políticas no rescaldo das eleições, é a coordenadora bloquista que tem a melhor nota, num reflexo daquilo que foi a campanha do BE nas legislativas e o resultado que o partido obteve ao conquistar 19 lugares no Parlamento. Catarina Martins é, de acordo com a mesma sondagem, a líder partidária com avaliações mais positivas (58%), sendo reconhecida por quase todos os inquiridos (90%).
A seguir nesta ordem de classificação surge Pedro Passos Coelho, que recupera bastante a popularidade, estando quase a par de Catarina Martin com 56% de avaliações positivas. Já António Costa tem mais avaliações negativas do que positivas, vendo a sua popularidade descer em relação ao último barómetro, realizado no já distante mês de junho. O líder do PS, num reflexo da sua atuação entre o dia das eleições e o dia do inquérito, passa de 52% de avaliações positivas para 47%. Jerónimo de Sousa também desce ligeiramente na popularidade, registando 48% de avaliações positivas.
E Cavaco Silva, que teve um papel central no processo que se seguiu às eleições, foi avaliado de forma positiva por 48% dos inquiridos, tendo recebido, em sentido contrário, 52% de avaliações negativas.