A redução de trabalhadores no Novo Banco, que implicará o despedimento de 500 pessoas, “é uma inevitabilidade” face às regras comunitárias, que obrigam a instituição a reduzir os seus custos operacionais em 150 milhões de euros, já em 2016. Quem o afirma é o Conselho de Administração do banco, num comunicado a que o Observador teve acesso.
O Conselho de Administração (CA) do banco apontava, inicialmente, para uma redução de 1000 trabalhadores. Contudo, “o esforço que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos meses, nomeadamente por via de reformas antecipadas, irá permitir limitar o esforço de redução de colaboradores (…) para um número não superior a 500”, explica a administração do Novo Banco.
A necessidade de redução do número de pessoas e dos custos operacionais do banco, justifica o CA, resultam da “interrupção do processo de venda do NOVO BANCO”. Esta interrupção, que “tornou necessário submeter um Plano de Reestruturação à Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia (DG COMP)” — plano esse “validado pelo nosso acionista, o Fundo de Resolução” —, levou à necessidade de adotar as medidas em causa, explicam os responsáveis.
O Conselho de Administração do Novo Banco acrescenta ainda que, “na sequência da apresentação dos resultados de 2015 do Grupo”, os responsáveis comprometeram-se a discutir o Plano de reestruturação, numa primeira fase, junto dos sindicatos e da Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) do grupo.
Algo que terá acontecido esta segunda-feira, segundo adianta o comunicado, que esclarece que o Conselho de Administração e o Diretor de Recursos Humanos do Novo Banco se reuniram neste dia com a Comissão Nacional de Trabalhadores e com várias estruturas sindicais: o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC), o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQATB), o Sindicato Independente da Banca (SIB) e o Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira (SINTAF).
As negociações entre Conselho de Administração, Comissão de Trabalhadores e Sindicatos deverão continuar, já que, esclarece o comunicado, o grupo prosseguirá um “trabalho conjunto” com estas estruturas, “com vista a definir as vias mais adequadas para alcançar a redução total imposta pelas autoridades”.
Banco de Portugal dá aval aos despedimentos
Num comunicado divulgado esta tarde, o Banco de Portugal dá luz verde ao plano de restruturação do Novo Banco:
O Banco de Portugal reitera o seu apoio à implementação, pela equipa de gestão, do plano de reestruturação oportunamente apresentado e aprovado pelas autoridades europeias.
E tece elogios à gestão atual, deixando uma palavra de apoio aos trabalhadores, ao mesmo tempo que diz acreditar na preservação da confiança na instituição bancária por parte dos clientes.
Na sequência da divulgação, pelo Novo Banco, dos resultados relativos ao exercício de 2015, o Banco de Portugal sublinha a capacidade da equipa de gestão e dos colaboradores do Novo Banco em garantir o retorno do banco à normal atividade bancária e em preservar a confiança dos depositantes e clientes da Instituição.