O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta quinta-feira não ter informação “credível” sobre a indiciação, em Portugal, do vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, por corrupção ativa, escusando-se a comentar se a operação poderá afetar as relações bilaterais.
“Não tenho essa informação. Não uso informações de processos que estão em segredo de justiça. Não tenho informação da parte da única entidade que pode falar pelo Ministério Público, que é a Procuradoria-Geral da República”, disse à Lusa o chefe da diplomacia portuguesa, que hoje termina uma visita de dois dias à Tunísia.
“Não tenho nenhum comentário a fazer. Recordo que vigora, no nosso ordenamento constitucional, e bem, o princípio da separação de poderes e da independência do poder judicial”, acrescentou.
Questionado sobre se esta operação poderá afetar as relações entre Lisboa e Luanda, Santos Silva afirmou: “Não sei responder a essa pergunta, porque não tenho nenhuma informação que eu possa considerar como credível sobre eventuais indiciados seja em que processo for”.
O vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, está indiciado de corrupção ativa na mesma operação que levou à detenção, na terça-feira, do procurador Orlando Figueira, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
A mesma fonte indicou que o Ministério Público indiciou Manuel Vicente e o advogado português Paulo Blanco do crime de corrupção ativa em coautoria.
Fontes próximas do executivo angolano, contactadas pela Lusa, recusaram até agora fazer qualquer comentário a esta investigação em Portugal.