A construção do Museu Judaico de Lisboa tem barbas. Foi ainda no mandato de João Soares, atual ministro da Cultura e presidente da Câmara Municipal de Lisboa de 1995 a 2002, que se começou a falar no projeto. Nunca avançou, quer por ausência de financiamento privado ou comunitário, quer por ausência de um terreno onde construir o Museu.

Em 2013, António Costa, então presidente, disponibilizou um terreno camarário, em Alfama. Mas faltava o dinheiro — três milhões de euros ao topo. E a Câmara não o tinha.

O presidente da Altice — empresa que é proprietária da Portugal Telecom –, Patrick Drahi, chegou-se à frente e doou à Câmara Municpal de Lisboa um milhão de euros, ou seja, um terço do valor da obra. Como contrapartida, o multimilionário franco-judaico (que terá contactado, ele próprio, a autarquia) exigiu apenas que se atribua o nome da Fundação Patrick e Lina Drahi a uma ala do Museu lisboeta.

Os restantes dois milhões de euros necessários à concretização da obra foram garantidos pela autarquia, com uma candidatura da Rede das Judiarias Portuguesas à EEA Grants, um mecanismo europeu de financiamento.

Em janeiro, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, disse à Lusa que as obras para a construção do novo museu, no Largo de São Miguel, em Alfama, avançariam mesmo — e que a sua inauguração estava prevista para o primeiro trimestre de 2017. “Será um lugar emblemático para a comunidade judaica e para a própria cidade de Lisboa, na medida em que o bairro albergou a mais importante comunidade de judeus da Lisboa medieval”, afirmou então Medina.

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