“A subida dos salários foi muito superior à da produtividade. Não é sustentável”, afirmou o responsável chinês, numa conferência de imprensa realizada em paralelo à sessão anual da Assembleia Nacional Popular, o órgão legislativo máximo da China.
Lou sugeriu que a lei laboral vigente no país, que “protege os trabalhadores”, provocou um rápido aumento nos salários e sugeriu que deve ser alterada, de forma a tornar-se mais flexível.
À medida que Pequim enceta uma restruturação económica, visando atribuir ao setor dos serviços maior peso, em detrimento da indústria, as empresas necessitam de recorrer a contratos temporários e “usar os empregados de forma mais maleável”, apontou.
“A atual lei de Contrato Laboral baseia-se em horas de trabalho fixas, o que dificulta a operação de empresas que necessitam de trabalhadores flexíveis”, explicou o titular chinês das Finanças.
Lou, que reconheceu que a legislação laboral não é da competência direta do seu ministério, lamentou que esta normativa “limite” as oportunidades de negócio, prejudicando o interesse dos trabalhadores.
O rendimento anual per capita dos residentes rurais na China fixou-se em 10.772 yuan (1.512 euros), em 2015, menos do que muitos países africanos. Mas em Pequim, uma das mais prósperas cidades chinesas, aquele indicador ultrapassou já os 100.000 yuan (quase 14.000 euros).
No ano passado, a economia chinesa avançou 6,9%, o ritmo mais lento de crescimento do último quarto de século.