O futuro do campismo e caravanismo estará em discussão a partir de quinta-feira, em Viseu, durante o encontro da European Federation of Campingsite Organisations and Holiday Park Associations (EFCO&HPA), que junta representantes de 23 países.
“O campismo e caravanismo são setores muito importantes da atividade turística e é relevante verificar que há cada vez mais apetência na Região Centro e em Portugal para acolher eventos de caráter internacional muito relevantes, como é o caso da Assembleia Geral da EFCO&HPA”, disse à agência Lusa o presidente da Entidade Regional de Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, anfitrião do evento.
Segundo o último estudo efetuado pelo Turismo de Portugal com dados do INE, 1,6 milhões dos turistas que visitam Portugal são campistas, o que corresponde a 5,6 milhões de dormidas em parques de campismo.
Em 2013, encontravam-se em atividade 213 parques de campismo em Portugal Continental. As regiões do Centro e Lisboa registam o maior número de campistas, com cerca de 48% do total, representando, no entanto, as regiões de Lisboa e do Algarve 50% das dormidas.
França, Espanha, Holanda, Reino Unido e Alemanha são os países que geram o maior número de dormidas nos parques de campismo, com quotas na ordem dos 24%, 17%, 16%, 15% e 12%, respetivamente.
“O campismo e o caravanismo movimentam muita gente em Portugal, mas têm estado fora dos indicadores estatísticos, o que tem de mudar”, defende Pedro Machado.
Na mesma linha, a representante de Portugal na Assembleia Geral da EFCO&HPA, Beatriz Santos, defende que “é necessário um investimento continuado, na observação, recolha e tratamento de dados, objetivo que se tem revelado difícil em Portugal, sendo muito reduzida, ou quase inexistente, a informação turística oficial desagregada para o setor do campismo”.
Para a administradora da Orbitur e presidente do Grupo de setor de Campismo e Caravanismo, Hotelaria de Ar Livre e Caravanismo da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), o campismo é um dos setores turísticos com maior potencial de crescimento, apresenta padrões cada vez mais elevados de respeito pela ecologia e disponibiliza equipamentos de qualidade e conforto crescentes”.
O futuro do setor, defende Beatriz Santos, “deverá assentar na constante requalificação da oferta, em termos de equipamentos e facilidades, e em respeito absoluto pela natureza, mas para se poder antecipar as tendências é preciso promover mais estudos sobre o setor”.
Alemanha, Áustria, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Sérvia, Suécia e Suíça são os países representados na EFCO&HPA, que discutirão durante dois dias o futuro do setor.
A EFCO&HPA tem como objetivos principais a promoção e defesa dos interesses do setor junto das autoridades europeias – Conselho Europeu, Comissão Europeia e Parlamento Europeu, “garantindo que estes interesses são compreendidos e levados em conta no processo de tomada de decisão a nível europeu”.
Em paralelo, a EFCO&HPA “procura assegurar uma permanente troca de conhecimentos e partilha de informação entre os agentes do setor”.