À hora a que se escreve este artigo, o chef australiano Will King-Smith está no Guincho com Paulo Barata, da Amuse Bouche, numa sessão de foraging. “Vamos à procura de salicórnia e outras ervas para o Will usar neste jantar”, conta Barata que, com a mulher Ana Músico, é responsável por alguns dos mais estimulantes eventos gastronómicos de Lisboa, casos do Sangue Na Guelra (cuja próxima edição acontece em maio) ou os jantares Origens, onde se insere este de que se fala aqui, já na próxima segunda-feira, 11 de abril, no Alma.
Quem é, afinal, Will King-Smith?
Até há dois meses, King-Smith foi o head chef do Geranium, restaurante focado numa cozinha orgânica e sustentável, com produtos biológicos, que em fevereiro se tornou o primeiro na Dinamarca a ganhar três estrelas Michelin, superando, nesse campeonato, o vizinho (de cidade) Noma. E não é a primeira vez que vem a Portugal: o ano passado esteve num dos jantares do Sangue na Guelra.
O que vai cozinhar?
Apesar de ter trazido na bagagens alguns preparados de Copenhaga e de, inclusive, ter encomendado um coração de rena — sim, um coração de rena –, o chef australiano passou os últimos dias a conhecer diversos produtos e produtores nacionais. E, segundo Paulo Barata, tem gostado tanto do que tem encontrado que o jantar vai ser farto em ingredientes nacionais: dos citrinos do Lugar do Olhar Feliz, no Cercal, aos legumes da Biofrade ou às tais ervas que andou a recolher nas sessões de foraging, prática comum na cozinha nórdica. Até produtos que se podem considerar mais comuns, como a cavala, o mexilhão ou a santola, o encantaram, a ponto de os incluir no menu.
E as línguas de pescada?
As línguas de pescada foram um pedido expresso do chef que a Nutrifesco, que é parceira do evento, conseguiu realizar. E só não se podem incluir no lote de produtos nacionais porque, como são desvalorizadas por estas bandas, a empresa teve de as importar de Espanha. Já o que vai fazer com elas, é surpresa.
Ninguém mais vai cozinhar?
Como bom anfitrião que é, o chef do Alma, Henrique Sá Pessoa vai criar um prato de tributo ao país-natal de King Smith, a Austrália. Será uma espécie de viagem no tempo para Sá Pessoa, que trabalhou três anos (de 1999 a 2002) em Sydney, na cozinha do Hotel Sheraton on the Park. A pré-sobremesa também será de autoria de um dos chefs da casa, neste caso o pasteleiro Telmo Moutinho.
Quantos pratos serão servidos ao todo? E bebidas?
O menu inclui, ao todo, nove pratos. Os vinhos ficam a cargo da Herdade do Esporão, que também tem três surpresas na manga: um novo clássico Reserva, um vinho de talha que será apresentado em primeira mão e um outro que tem origem numa vinha velha da Serra de Portalegre, e que já saiu da nova (e belíssima) Adega dos Lagares da Herdade.
O quê? Jantar Origens com Will King-Smith
Quando? 11 de abril às 20h
Onde? Restaurante Alma, Rua Anchieta, nº15 (Chiado), Lisboa
Quanto? 120€ por pessoa, menu de 9 pratos, vinhos, água e café incluídos
Reservas: reservas@sanguenaguelra.com (atenção, já há pouquíssimos lugares disponíveis)