O primeiro-ministro considerou que uma das grandes vitórias “da democracia foi a sua capacidade de reconciliação” dos portugueses e que uma das principais conquistas do 25 de Abril é a “liberdade de comunicação”.

“Uma das grandes vitórias da democracia foi a sua capacidade de reconciliação e como filho de alguém que era jornalista a 24 de abril acho que é particularmente importante celebrarmos este 25 de Abril com este museu à liberdade de expressão, à liberdade de comunicação, porque essa é também outra das grandes conquistas do 25 de abril”, afirmou António Costa, na abertura do NewsMuseum, em Sintra, no domingo à noite.

Por outro lado, questionado sobre qual poderá ser o balanço do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, desejou “um excelente mandato” ao Presidente da República: “Quando chegar ao momento próprio [que] deixe uma excelente memória”.

“Eu bem sei que, hoje em dia, a fita do tempo corre cada vez mais depressa, mas não vale a pena fazermos já agora a notícia do fim do mandato que está agora a começar, vamos para já fruir do mandato do senhor Presidente”, frisou.

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Marcelo Rebelo de Sousa, que foi o visitante “número um” do NewsMuseum, também recordou a madrugada da revolução de 1974, enquanto fundador do semanário ‘Expresso’ – “foi uma noite de trabalho” -, e congratulou-se com a criação do museu.

“Um município, no exercício de um poder local verdadeiramente democrático, apoia uma iniciativa que é uma iniciativa de consagração da liberdade de imprensa, de liberdade de informação”, sublinhou.

Sobre as conquistas de Abril, mostrou-se confiante na construção de “uma democracia com mais qualidade, mais justa, com mais progresso económico, porque é isso que, naturalmente, todos querem e as novas gerações exigem”.

O chefe de Estado notou, porém, que “há conquistas que são irreversíveis”, como juntar na abertura do museu o primeiro-ministro e “o líder da oposição”.

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, também participou num jantar, no Palácio Nacional de Sintra, promovido pelo presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), onde marcaram presença os ministros da Cultura, s Filipe de Castro Mendes, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral, entre outras personalidades da política e da cultura.

O NewsMuseum, que ocupa as antigas instalações do Museu do Brinquedo, possui mais de 25 módulos temáticos, distribuídos pelos três andares do edifício, cedido pelo município de Sintra a uma associação criada por Luís Paixão Martins, antigo jornalista e consultor de comunicação.

Luís Paixão Martins explicou que o equipamento resulta de “iniciativa privada”, mas com “algum apoio do Estado”, derivado de “um executivo que, em boa hora, decidiu associar a cultura e a comunicação social”.

Uma parte dos conteúdos foram cedidos pela RTP, mas o espaço museológico conta também como parceiros fundadores a agência Lusa, que cedeu equipamentos e acervo noticioso e fotográfico, assim como a sua congénere espanhola Efe.

“A nossa relação com a Câmara Municipal de Sintra é muito interessante, parafraseando o senhor Presidente, é uma relação de afetos”, notou o presidente do NewsMuseum.

Um dos espaços principais do museu, com 67 metros quadrados, possui um ecrã tátil numa visão quase a 360 graus, com áreas temáticas dedicadas aos jornalistas que se tornaram notícia, o “altar dos ‘media'” de Fátima, uma estante multimédia e um roteiro do Bairro (Alto) lisboeta, onde se concentravam os principais jornais nacionais.

Uma torre metálica com 70 monitores (‘A Pirâmide de Babel’), da altura dos três andares, está ligada aos principais canais televisivos de notícias do mundo, a par da “cascata” da aplicação “último minuto”, projetada na parede, em tempo real, com os títulos da atualidade.

Além de áreas dedicadas, entre outras, à “propaganda”, géneros jornalísticos, “bad news”, “mind games”, fotojornalismo e “guerras”, os visitantes podem ainda conhecer uma galeria de homenagem aos jornalistas e um espaço de realidade virtual sobre o futuro da comunicação.