Paula Varanda é a nova diretora-geral das Artes e Ana Senha será a subdiretora-geral, revelou esta terça-feira o Ministério da Cultura, num comunicado enviado às redações. O Governo garante que a experiência das nomeadas e o seu conhecimento do setor e das suas especificidades “foram fatores determinantes na seleção das responsáveis”. A nova direção assume funções já amanhã.

“Com esta escolha, pretende-se criar um núcleo dirigente coeso e complementar no que respeita a aptidões e funções”, justifica o Ministério da Cultura, tutelado por Luís Filipe Castro Mendes. O Governo defende agora que é “prioritária a criação de condições de estabilidade para que a direção-geral das Artes cumpra os seus objetivos e se assuma enquanto plataforma de diálogo e de proximidade com os agentes culturais”.

Diretora e subdiretora foram nomeadas em regime de substituição, depois de o ministro Castro Mendes ter exonerado o anterior diretor-geral, Carlos Moura-Carvalho, no início de maio. Agora o Executivo vai pedir à Cresap – Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública, liderada por João Bilhim que lance um concurso para o preenchimento dos cargos, com um mandato de cinco anos. Como a experiência no cargo é geralmente um critério determinante, o mais frequente é a nomeação em regime de substituição ser depois oficializada, no seguimento do concurso da Cresap.

Paula Varanda tem 46 anos e é investigadora doutorada pela Middlesex University em Humanidades e Estudos Artísticos. Nas últimas legislativas, foi candidata pelo Livre/Tempo de Avançar, um movimento fundado pelo ex-eurodeputado eleito pelo Bloco de Esquerda Rui Tavares, ao qual se juntaram os ex-bloquistas Ana Drago e Daniel Oliveira. Este movimento defendia um acordo pré-eleitoral entre o PS e a esquerda, mas a ideia não vingou.

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Paula Varanda apresentou-se às eleições de outubro de 2015 como “a antítese do perfil político português”, mas garantiu que sempre tinha trabalhado “associada a lutas e utopias, desejos de mudança e convicções de que é preciso fazer”.

O meu manifesto é simples: Sou contra a pobreza artística e a riqueza futebolística; Sou a favor de subir o salário mínimo e descer o salário máximo”, lê-se na apresentação da sua candidatura.

Já Ana Senha, a nova subdiretora, é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, frequentou os cursos de pós-graduação em Direito Público, com especialização em Direito Administrativo, pela Universidade Católica e de Direito dos Contratos Públicos pela Universidade de Lisboa. Foi jurista-advogada no Gabinete Jurídico do ICEP – Investimento, Comércio e Turismo de Portugal, e exercia funções de assessoria jurídica e de coordenação do Gabinete Jurídico na EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural.