“Agora é a nossa vez”, foi assim que Geert Wilders, fundador e líder do Partido para a Liberdade holandês, um partido eurocético e anti-imigração, reagiu à vitória do Não à União Europeia nas urnas na noite passada. O sentimento está a ser reproduzido pela extrema-direita e pela direita populista na Alemanha, França, Itália, Holanda, Áustria e Grécia.
Com muitos olhos focados nas consequências económicas da decisão dos eleitores britânicos, o presidente do Conselho Europeu alertou esta manhã para as consequências políticas desta decisão e disse que os restantes 27 países estavam empenhados na União Europeia. Mas a extrema-direita está a apanhar a boleia da vitória do Brexit para clamar vitória e exigir referendos em mais países.
Em França, Marine Le Pen, a líder da Frente Nacional, diz que a vitória do Brexti é uma “vitória da Liberdade” e exige um referendo não apenas em França, mas também nos restantes países da União Europeia.
Victoire de la liberté ! Comme je le demande depuis des années, il faut maintenant le même référendum en France et dans les pays de l'UE MLP
— Marine Le Pen (@MLP_officiel) June 24, 2016
O holandês Geert Wilders declarou logo vitória, dizendo que se trata de um momento histórico “que pode ter consequências enormes para a Holanda e para o resto da Europa”. “Agora é a nossa vez. Penso que deve ser dada a oportunidade ao povo holandês de falar num referendo”, acrescentou.
Na Alemanha, a líder do Alternative Für Deutschland, o partido de direita conservadora e anti-imigração, diz que o resultado é um tiro de aviso à União Europeia para acabar com a experimentação quasi-socialista, caso contrário haverá mais saídas. O partido não pede um referendo, mas fala de um regresso à Europa dos países fundadores, na mesma altura em que a Alemanha está a convocar uma reunião com os seis fundadores da União Europeia. Já a deputada europeia do mesmo partido, Beatrix von Storch, congratula-se dizendo que se trata de “um dia histórico”. “É o dia da independência do Reino Unido. As pessoas foram ouvidas – e decidiram. A União Europeia como união política falhou”.
Der 23. Juni ist ein historischer Tag. Es ist der Unabhängigkeitstag Großbritanniens. Das Volk wurde gefragt- und… https://t.co/Wet6WpaiYQ
— Beatrix von Storch (@Beatrix_vStorch) June 24, 2016
Em Itália, o líder da Liga do Norte, Matteo Salvini, também celebrou o resultado, depois de anos a ganhar popularidade com um programa eurocético e anti-imigração: “Hurrah pela coragem dos cidadãos livres! Coração, cabeça e orgulho vencem as mentiras, as ameaças e a chantagem. Obrigado Reino Unido, agora é a nossa vez”.
Evviva il coraggio dei liberi cittadini!
Cuore, testa e orgoglio battono bugie, minacce e ricatti.
GRAZIE UK, ora tocca a noi. #Brexit— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) June 24, 2016
Na Áustria, Norbert Hofer do Partido da Liberdade, um partido de direita conservadora, foi mais comedido e disse apenas que nos próximos dias os líderes irão perceber o significado da decisão.