O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, anunciou esta quarta-feira que vai ser lançado, no próximo ano, um novo concurso para a instalação de mais radares de controlo de velocidade em todo o país.

O anúncio foi feito na cerimónia que assinalou a entrada em funcionamento do primeiro dos 30 radares do Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO), que está instalado a partir de esta quarta-feira, 6 de julho, na autoestrada 5, no sentido Cascais Lisboa.

No próximo ano vamos ter mais 50 radares para colocar nas estradas portuguesas porque está provado, em toda a Europa, que é uma das boas formas para reduzir a sinistralidade e isso, aliado à Carta por Pontos, é a conjugação para que os condutores passem a ter outro tipo de comportamentos”, disse Jorge Gomes.

O SINCRO é o sistema para deteção automática da infração de excesso de velocidade, sendo composto por 30 radares móveis instalados em 50 locais considerados “extremamente críticos”.

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Sete anos depois de ter sido anunciado o projeto, o primeiro radar foi hoje instalado, estando operacionais mais 25, em setembro, e no final de janeiro de 2017 o sistema vai estar a funcionar em pleno.

Os 30 radares de controlo de velocidade não vão ser fixos, rodando nas 50 cabines, sendo a sua instalação aleatória. Os condutores são informados da sua presença através de um sinal de trânsito.

A instalação da rede nacional de radares tem um custo de 3,19 milhões de euros, mas para o secretário de Estado “não há dinheiro que pague” a redução da sinistralidade rodoviária.

“Temos uma rede nacional de radares com um objetivo único de reduzir a sinistralidade e menos gente a morrer nas estradas, se conseguirmos isto não há dinheiro que pague estas coisas”, sustentou, rejeitando que se queira gerar receitas com este sistema de controlo de velocidade.

Diminuir a sinistralidade rodoviária e prevenir o excesso de velocidade são os objetivos, segundo Jorge Gomes, da rede nacional de radares.

Este sistema vai permitir libertar recursos humanos das forças de segurança, uma vez que o processamento das contraordenações vai ser automático.

“Neste momento há 32 militares da GNR e agente da PSP que fazem o trabalho administrativo do auto de contraordenação, com este tipo de radares vão deixar de o fazer”, disse, sublinhando que vão ser libertados elementos das forças de segurança para fazerem trabalho de fiscalização e operacional.

Jorge Gomes disse ainda que este tipo de sistema vai permitir “vigiar as estradas em permanência” e “libertar recursos humanos”, sendo também possível diminuir as prescrições das contraordenações.

Por sua vez, o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Jorge Jacob, explicou que os 50 locais onde vão ser instalados os 30 radares foram selecionados de acordo com o “tipo de sinistralidade e distribuição da velocidade”, “potencial gravidade dos acidentes” e “características e geometria do local”.

Os acidentes rodoviários provocaram este ano 194 mortos, menos 36 do que em igual período de 2015, enquanto o número de desastres aumentou seis por cento.