É caçador de adoráveis criaturas virtuais, mais conhecidas por pokémon? Já pode apanhar um táxi para apanhar um monstrinho, entrar num hotel e perguntar ao concierge onde está a criatura mais próxima ou apanhar um Pikachu num aquário gigante. Tudo isto em Portugal.

Os proprietários de estabelecimentos e diversos locais — como os estádios dos principais clubes portugueses — tornaram-se lugares de caça aos pokémon, ou pokéstops. Muitos estão apostados em ganhar o seu quinhão com o fenómeno e têm surgido ofertas para todos os gostos (e bolsos) numa corrida que mais parece a febre do ouro, na qual os portugueses (a quem o jogo chegou oficialmente a 15 de julho) não querem ficar fora.

No próprio dia em que o jogo foi lançado, começaram a surgir anúncios na plataforma OLX de taxistas que oferecem os seus serviços para procurar as criaturas. Os motoristas mostram-se dispostos a circular a baixa velocidade (o jogo está programado para andar a pé, e não funciona a velocidades superiores a 25 km/h) e a realizar as paragens que sejam necessárias, nos pokéstops (os monumentos ‘escolhidos’ junto aos quais é possível carregar pokébolas e outros items para carregar os monstros virtuais) e ginásios (onde se dão as batalhas), “à escolha do cliente” e “para chocar os ovos” (através dos quais evoluem os pokémons).

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Exemplo de um anúncio de oferta de serviço de táxi em Lisboa para procurar pokémons

Alguns carros disponibilizam mesmo ligação à internet gratuita e o permitem carregar os telemóveis. O preço do serviço de Pokémon Táxi varia entre os 20 e os 30 euros à hora (sendo possível dividir o valor por vários passageiros). Sérgio Dias é taxista no Porto e inspirou-se nos anúncios de motoristas estrangeiros para oferecer também esse serviço.

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O anúncio de Sérgio Dias na plataforma OLX, no qual oferece o serviço em várias áreas do Porto

“Não é um serviço assim tão diferente daquele que faço todos os dias com os turistas”, contou ao Observador. Sérgio Dias tem um “carro novo, de seis lugares” e pensou também nos lugares, porque “a dividir por vários, o preço até fica em conta”. O carro que conduz é do patrão (dono de uma empresa de táxis), mas quando Sérgio teve a ideia de acrescentar este serviço à lista, teve “carta branca” e “foi completamente apoiado”. Até porque o motorista tem uma mais-valia para oferecer aos clientes. Sérgio começou a jogar Pokémon em 95, ainda no tempo das consolas e sem realidade aumentada à vista, voltou agora a jogar no smartphone e sabe bem como ajudar os clientes. Aliás, no anúncio não esconde que pertence à “equipa vermelha” — no início do jogo é possível escolher entre as equipas amarela, azul e vermelha — e pode ajudar os companheiros de equipa a juntar pokémons de cor vermelha nos ginásios (para passarem a lutar pela mesma equipa).

Como também sou jogador, sei exatamente o que tenho que fazer com eles, onde os levar“, disse Sérgio Dias. Apesar de ter colocado o anúncio online no dia do lançamento do jogo, ainda não transportou nenhum caçador de pokémons. Mas contactos não faltam, “muitas pessoas ligam para perguntar se é mesmo a sério ou a gozar” e prevê que as viagens comecem para a semana. Sérgio espera vir a ter muitos passageiros-jogadores, mas se isso não vier a acontecer, não é um problema. “Encaro isto mais como uma brincadeira e uma forma de ganhar um extra, mas nada fora do normal porque o serviço é contado no taxímetro, como os outros”, frisou.

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O hotel Pestana Vintage Porto (o edifício amarelo na esquina) fica numa das zonas mais turísticas da cidade, a Ribeira

Para além do transporte, há também quem proponha aos caçadores, serviços típicos do negócio da hotelaria. Como acontece no hotel Pestana Vintage Porto que acaba de disponibilizar o serviço “Pokemón Go Concierge”. Ou seja, uma espécie de mordomo que mostra aos caçadores onde estão os pokémons dentro do hotel e nas proximidades.

Pedro Serra, diretor do hotel, explicou ao Observador que considera este novo serviço um alargamento das funções de que quem “enquanto hoteleiro, tem obrigação de saber informar sobre tudo o que se passa na cidade”. A equipa que lidera começou a discutir a hipótese de oferecer este serviço no fim de semana passado e entretanto tornou-se uma realidade. Com o objetivo de dar resposta a todos os pedidos dos hóspedes, “muitos dos quais andavam entretidos na caça aos pokémon”, o hotel decidiu nomear uma pessoa responsável por reunir toda a informação disponível sobre o jogo. O hotel Pestana Vintage Porto fica situado na Ribeira, uma das zonas mais turísticas da invicta e onde existem muitos pokémons.

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A ponte D. Luís I é um dos locais onde existem pókemons

“Existem dois na Ponte D. Luís, um da cada lado e outro no Cubo [uma escultura geométrica muito conhecida por ser um ponto de encontro na Ribeira]”, desvendou Pedro Serra aos leitores do Observador, como forma de exemplificar que muitas criaturas estão apenas a alguns passos do hotel. “É uma forma de capacitar a nossa equipa para dar a melhor informação aos nossos hóspedes, em acréscimo à que já dávamos acerca dos monumentos a visitar, por exemplo”, considera o diretor do hotel. O serviço é sobretudo direcionado para os hóspedes (e é gratuito) mas se alguém entrar no hotel e se dirigir à receção a pedir uma informação sobre pokémons, esta será prestada garante Pedro Serra.

Para além destas indicações, o responsável pelo jogo (“Pokemón Go Concierge”) pode também organizar visitas guiadas pela cidade do Porto com paragem obrigatória em alguns dos pokéstops e ginásios (onde os Pokémons podem fazer exercício e evoluir, ou seja, ganhar novos poderes). Nesse caso, o serviço precisa de ser agendado com o hotel e terá custos.

Nos aquários da SEA LIFE, no Porto, também andam criaturas da realidade virtual à solta. Uma delas é o tão cobiçado Pikachu (e se quer começar o jogo com ele pode saber aqui o truque para o encontrar). Os aquários têm o estatuto de pokéstops, ou seja, um local onde é possível encontrar pokébolas (as bolas necessárias para apanhar as criaturas).

A gerência do espaço, em parceria com a comunidade portuguesa de Pokémon GO organiza um encontro no próximo sábado, dia 30 de julho, e oferece um desconto especial de 50% na entrada a todos os jogadores.

Febre do Pokémon GO invade o SEA LIFE Porto (1)

O Pikachu é um dos pokémons que pode ser apanhado nos aquários do SEA LIFE

Entre quarta-feira, 20 de julho até sexta-feira, 29 de julho todos os que mostrem ser jogadores (ter a aplicação instalada e ativa) têm direito a um desconto de 30% no bilhete de entrada.

Os caçadores que forem ao aquário nos dias 23, 24 e 30 de julho podem ainda ter oportunidade de aceder ao “Lure Module”, que será ativado em diversos momentos. Quando está ativo, este módulo permite que os pókemons fiquem mas visíveis. Assim, são mais fáceis de apanhar e a probabilidade de capturar pokémons raros também é maior.

“Ao oferecer descontos aos jogadores, o SEA LIFE Porto inicia uma página de benefícios reais ao entretenimento virtual, um acontecimento único na história dos videojogos que é fruto de um teor revolucionário”, disse José Rocha fundador do grupo português de Pokémon GO no Facebook, sobre a iniciativa.