O PSD precisa de mudar a agulha. Pelo menos, é a esta a opinião de Luís Marques Mendes expressa no dia em que o PSD faz a rentrée política no Pontal. O ex-líder social-democrata considera que, “em termos públicos”, o partido está muito reduzido a Passos Coelho e a Maria Luís Albuquerque”. Os sociais-democratas, diz o comentador, tinham mais a ganhar em “criar uma equipa de porta-vozes” que falasse sobre “as várias áreas setoriais”.
E este não é o único desafio que a atual direção do PSD enfrenta, considera Marques Mendes. No habitual espaço de comentário, na SIC, o ex-presidente social-democrata apontou o caminho: o PSD tem de “ganhar as eleições autárquicas” e apostar em “grandes candidatos” para os principais centros urbanos. “Se ganhar as eleições autárquicas fica mais bem preparado para ganhar as eleições legislativas”. Ou então pode haver uma “indesejável crise interna e de liderança”, foi avisando o comentador.
Mas só isto não chega. Luís Marques Mendes considera que é tempo de Pedro Passos Coelho “mudar o discurso”, até ao momento “muito concentrado no passado”, “derrotista” e “centrado nas questões financeiras”. “As pessoas querem ouvir falar no futuro”, um discurso “gerador de “esperança” e “mais abrangente”, voltado para questões “sociais, culturais e científicas”, repetiu o comentador.
Ainda assim, não foi apenas o PSD a merecer reparos do social-democrata: o comentador não poupou críticas à forma como o Governo socialista geriu o dossier “Caixa Geral de Depósitos”. “Tiros nos pés”, “leviandades” e “muita precipitação”, apontou Marques Mendes. O comentador acredita que o facto de a Caixa ter ficado “oito meses sem administração” contribuiu decisivamente para a “degradação da imagem do banco público”.
Além disso, insistiu, o facto de o Banco Central Europeu ter, de acordo com o jornal Público, exigido a redução do número de novos administradores de 19 — como pretendia o Executivo português — para 11 parece uma “brincadeira de crianças”, constitui uma “verdadeira humilhação” para as pessoas convidadas e é uma “derrota para o Ministério das Finanças”.