A atleta neozelandesa Nikki Hamblin, que ficou conhecida pela demonstração do espírito olímpico na meia-final dos 5.000 metros ao ajudar a americana Abbey D’Agostino, recebeu uma rara medalha do Comité Olímpico Internacional: a medalha Pierre de Coubertin. Esta distinção é atribuída a participantes que demonstrem o verdadeiro espírito olímpico, e apenas foi entregue 17 vezes na história dos Jogos Olímpicos.
Este foi o momento que valeu à neozelandesa a medalha Pierre de Coubertin:
Por su gran gesto olímpico, Nikki Hamblin y Abbey D'Agostino fueron recalificadas por los jueces y avanzaron pic.twitter.com/nTk0yHTPpP
— Sebastián Amaya (@sebaamaya) 16 August 2016
A distinção tem o nome de Pierre de Coubertin, o fundador do Comité Olímpico Internacional, considerado o pai dos Jogos Olímpicos modernos. A medalha foi criada em 1964, e foi entregue a atletas que demonstraram atitudes exemplares de desportivismo. Em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul, na Coreia do Sul, o velejador canadiano Lawrence Lemieux venceu o prémio após ter salvado a vida dos seus adversários. Lemieux encontrava-se na frente da corrida, e tudo indicava que iria obter, pelo menos, a medalha de prata. Ao ver a equipa de Singapura a afundar-se, o canadiano parou e ajudou os adversários, salvando-lhes a vida. Perdeu a medalha de prata, mas entrou para a elite de atletas a ter uma medalha Pierre de Coubertin.
Espírito olímpico: Nikki Hamblin #NZL ajudou Abby D'Agostino #USA a levantar-se depois de uma queda nos 5000m. ❤️ pic.twitter.com/hHBE1QlLnn
— Jogos Olímpicos (@JogosOlimpicos) August 16, 2016
Cada entrega desta rara medalha está associada a uma história de humildade. A primeira vez que foi atribuída foi logo em 1964, nos Jogos Olímpicos de Inverno de Innsbruck, ao atleta italiano Eugenio Monti. Ao perceber que os seus adversários, do Reino Unido, tinham perdido um parafuso no seu trenó, Monti emprestou-lhes um dos seus. Os ingleses, Tony Nash e Robin Dixo, acabaram por ganhar a medalha de ouro, enquanto Monti ficou pelo bronze. O Comité Olímpico Internacional decidiu por isso atribuir-lhe a “maior honra possível”.
Abbey D'Agostino and Nikki Hamblin have become fast friends since their on-track mishap. https://t.co/wvHgXC0fvL pic.twitter.com/wpsyVzhdts
— Runner's World (@runnersworld) August 20, 2016
A honra coube agora à neozelandesa Nikki Hamblin, que declarou estar “orgulhosa” do que fez. “Acredito verdadeiramente que é possível ser um competidor e ser simpático e sensível ao mesmo tempo”, disse a atleta, no fim da cerimónia em que recebeu a distinção. A atribuição da medalha foi decidida por um júri composto por membros do Comité Olímpico Internacional e do Comité Internacional para o Fair Play.