Angola voltou a registar, em setembro, casos positivos de febre-amarela, o que já não acontecia desde 23 de junho, tendo a epidemia já afetado 4.100 pessoas no país, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com o relatório daquela organização das Nações Unidas, libertado esta segunda-feira e consultado pela Lusa, foram registados como positivos quatro casos suspeitos, mas dois foram descartados por terem sido “vacinados recentemente”, enquanto os dois restantes estão sob investigação das autoridades de saúde.

Apesar deste registo, a OMS, que está a trabalhar diretamente com as autoridades de saúde angolanas na contenção da epidemia, refere que a média de casos suspeitos – que não chegam a ser confirmados em laboratório – de febre-amarela em Angola desceu para menos de 30 na última semana, contra os anteriores 59.

Acrescenta que entre 05 de dezembro e 08 de setembro foram registados em todo o país 4.100 casos suspeitos de febre-amarela – 884 dos quais confirmados laboratorialmente – e 373 mortes, representando uma taxa de mortalidade da doença de 9,1%.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A transmissão da doença é feita pela picada do mosquito (infetado) “aedes aegypti”, que, segundo a OMS, no início desta epidemia estava presente em algumas zonas de Viana, Luanda, em 100% das casas, município em que se registaram os primeiros casos.

Trata-se do mesmo mosquito responsável pela transmissão da malária, a principal causa de morte em Angola, e que se reproduz em águas paradas e na concentração de lixo, dois problemas (época das chuvas e falta de limpeza de resíduos) que afetaram a capital angolana entre 2015 e 2016.

A epidemia alastrou para a vizinha República Democrática do Congo (RDCongo), com 2.707 casos suspeitos. No total, a OMS refere que foram laboratorialmente confirmados 76 casos, dos quais pelo menos 56 comprovadamente importados de Angola.

Até 14 de setembro, a epidemia matou 115 pessoas na RDCongo, ainda segundo a OMS.