As remessas dos emigrantes portugueses caíram 14,2% em agosto, para 220,6 milhões de euros, o valor mais baixo desde 2011, ao passo que as remessas dos imigrantes recuaram 6,6%, para 46,5 milhões.

De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, o valor enviado pelos trabalhadores portugueses no estrangeiro foi de 220,6 milhões, o que revela uma queda de 14,2% face aos 257,2 milhões de euros enviados em agosto do ano passado.

Os números disponibilizados no Boletim Estatístico do banco central português mostram também que esta descida marca o valor mais baixo enviado pelos emigrantes, neste mês do ano, desde agosto de 2011, mês em que as remessas totalizaram 220,39 milhões de euros.

Olhando em sentido inverso, isto é, para as verbas enviadas pelos estrangeiros a trabalhar em Portugal, a descida de 6,6%, para 46,5 milhões, é a maior descida desde pelo menos 2010.

Remessas dos países lusófonos sobem desde 2013

As remessas dos emigrantes portugueses a trabalhar em países lusófonos, no entanto, subiram 0,9%, para 20,5 milhões de euros em agosto, enquanto as verbas enviadas pelos trabalhadores destes países africanos em Portugal caíram 11,3%.

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De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal, a subida das remessas dos emigrantes em agosto face ao período homólogo do ano anterior acontece pela primeira vez desde 2013, o último verão antes da descida do preço das matérias-primas e consequente crise económica nos maiores produtores de petróleo em África.

Em agosto de 2013, as remessas tinham subido de 26,4 milhões, no período homólogo do ano anterior, para 26,8 milhões de euros, e começaram aí a descida para 23,6, em 2014, e 20,3, em agosto do ano passado.

Angola, o único país singularizado nos dados do Banco de Portugal, e que representa a quase totalidade das remessas dos emigrantes nos países lusófonos em África, acompanhou de perto estes valores e com a mesma tendência, ou seja, agosto marcou o primeiro mês em que as remessas dos emigrantes subiram face ao período homólogo desde 2013.

Em sentido inverso, dos trabalhadores africanos dos PALOP em Portugal, existe uma queda de 11,3%, mas os valores são significativamente menores: as remessas passaram de 4,4 milhões, em agosto de 2015, para 3,9 milhões em agosto deste ano.