Há novidades vindas do espaço profundo. Um grupo de cientistas esteve à escuta e encontrou mensagens pouco usuais que podem ter sido produzidas por vida extraterrestre. Das 2,5 milhões de estrelas que estiveram sob o olhar atento dos investigadores na Terra, apenas 234 emitiam um sinal com uma modulação muito específica e sempre com o mesmo período. O comportamento desse sinal é tão singular em relações aos outros, enviados por outras estrelas, que os cientistas acreditam que há extraterrestres a tentar conversar connosco.
Não é uma hipótese precipitada se pensarmos que este sinal, observado numa gama espectral muito curta, só foi encontrado em 0,00936% de todas as estrelas que foram estudadas por E.F. Borra e E. Trottier, os dois astrónomos da Universidade Laval (Canadá) responsáveis pelo estudo. Mais do que isso, os sinais detetados têm uma “forma” em tudo semelhante à que Borra havia previsto, em estudos anteriores, que teriam os sinais criados por vida inteligente extraterrestre: pulsações de luz separadas por um intervalo temporal constante (como flashes). Podemos então estar perante uma mensagem ETI, ou seja, vindo de mundos habitados por seres tão ou mais evoluídos que o ser humano.
Mas que mundos serão esses? Quando estes investigadores colocam a ênfase no facto de a gama espectral das 234 estrelas ser muito curta, querem na verdade chegar mais longe: é que estes sinais têm origem num intervalo entre o tipo espectral F2 e K1, precisamente o mesmo espectro do nosso Sol. Ora, se esse é o espectro do nosso Sol e é a única estrela onde temos a certeza que existe vida na vizinhança, é possível que essas “estrelas especiais” também possam ter vida nas suas redondezas.
Antes de o sino dos “bichos verdes com antenas e olhos castanhos” soar na Universidade Laval, os cientistas colocaram outras hipóteses. Sinais como estes podiam ter sido criados por transições rotacionais em moléculas ou por pulsações rápidas, mas os cientistas já fizeram novos testes e descartaram essas hipóteses. Os novos resultados adensaram ainda mais a teoria de que os sinais destas estrelas podem indicar a existência de vida extraterrestre longe da Terra.
Perante estas possibilidades, devíamos estar todos de telescópios apontados para o céu e a preparar biscoitos e leite para receber os nossos novos vizinhos. Mas não o fazemos porque este não é o primeiro sinal ETI detetado na Terra, nem seria o primeiro onde se poderia descobrir que, afinal, era falso alarme. Foi por isso que os cientistas criaram uma escala, a escala de Rio, onde os cientistas da Academia Internacional da Astronáutica avaliam que importância deve ser dada a um determinado sinal detetado na Terra. A escala tem dez pontos no máximo e resulta de uma análise à credibilidade do relatório (de zero a quatro), à classe do fenómeno (de um a seis), ao tipo de descoberta (de um a cinco) e à distância à fonte (de um a quatro, importante para perceber se é possível responder a essa fonte).
A classificação deste sinal ainda não é conhecido porque o relatório não foi revisto pela comunidade científica.