A presidente do CDS-PP disse hoje, em Rio Maior, que as autárquicas de 2017 constituirão uma oportunidade para avaliar o trabalho que está a ser feito no país, mas assegurou não estar preocupada com “leituras nacionais” desse ato eleitoral.

Assunção Cristas, que hoje encerrou a convenção autárquica promovida pela distrital de Santarém do CDS-PP, que se realizou em Rio Maior, concelho governado por um executivo resultante de uma coligação com o PSD, afirmou que, neste momento, é altura para em cada concelho e em cada distrito “encontrar as melhores soluções sem pensar no passado”.

Frisando que os portugueses já se pronunciaram uma vez após o período em que CDS e PSD estiveram no Governo, voltando a escolher estes partidos, embora sem maioria absoluta, Cristas disse que as autárquicas voltarão a ser uma “oportunidade” para também se fazer “uma avaliação do que está a ser o trabalho em todo o país”, embora considere que estas eleições são “muito específicas”.

“Sei que ninguém quer tirar leituras nacionais mas na prática toda a gente gosta de as fazer. Neste momento é o momento de olhar para cada concelho, cada distrito para encontrar as melhores soluções, sem pensar no passado, a pensar essencialmente no futuro, no que são projetos mobilizadores para as populações. Essa é a nossa preocupação. Com muita franqueza não estou minimamente preocupada com outras leituras que se possam vir a fazer na noite das eleições”, declarou aos jornalistas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para a líder centrista, as eleições autárquicas, que se deverão realizar no último trimestre de 2017, serão “uma oportunidade para o CDS se afirmar enquanto poder autárquico, mostrar os bons exemplos que tem, replicá-los, ter uma grande ambição mas com um forte realismo”.

Recordando a história “um pouco turbulenta” do CDS em matéria de poder autárquico nos últimos 40 anos — que começou por ser “forte” para quase “desaparecer”, estando em “recuperação” nos últimos anos -, Assunção Cristas afirmou que o partido está “empenhado em ter boas candidaturas e candidaturas a pensar no médio e no longo prazo”.

Na generalidade dos casos o partido quer apresentar-se com listas próprias, mas noutros optará por coligações ou pelo apoio a independentes, afirmou.

“Há um cardápio muito diversificado de oportunidades e de soluções. O mais importante é garantir que o CDS não passa ao lado, que, apesar de serem eleições difíceis historicamente, não se demite de disputar com ânimo e ambição e com sentido realista”, afirmou.

Cristas disse ser um “orgulho” que o partido lidere atualmente cinco municípios e que tenha vereadores em mais 22 com o PSD (como é o caso de Rio Maior) e em mais dois com independentes, realçando o “bom trabalho feito”, já que são municípios com as “contas em ordem” e onde há “uma política amiga das famílias e das empresas”, com preocupações culturais e de sustentabilidade.

Questionada sobre a defesa de uma maior descentralização feita hoje pelo primeiro-ministro, António Costa, a líder centrista afirmou que “mais importante que saber que competências” se descentralizam “é saber quem temos para as exercer”