Estávamos em 2007 quando Oprah Winfrey recomendou, no seu programa diário, o sabonete da marca portuguesa Claus Porto. De todo o mundo, começaram a chover encomendas. O velhinho produto de beleza continuava, afinal, a ser apreciado pelas mulheres. Atualmente, a Claus Porto (à beira de fazer 130 anos de história) está presente em mais de 60 países e ajudou à (re)consolidação de um mercado que, com os desafios (e avanços na cosmética) que o novo milénio trouxe, muitos pensaram ter os dias contados.

Hoje em dia, com o vintage a ser o novo moderno, os sabonetes portugueses tornaram-se um produto estrela e estão presentes em qualquer guia de Portugal. O jornal americano Observer diz em brincadeira que, em viagem ao Porto, é preciso comprar-se um sabonete como prova de que se visitou a cidade. E o New York Times relembra que, depois de subir e descer Lisboa, sabe bem um bom banho e destaca os sabonetes Portus Cale, coleção da Castelbel Porto.

sabonetes, 2016, life style,

Da esquerda para a direita: Sabonetes Bonjardim, PVP. a partir de 7€; Mini-sabonete Cerina, Claus Porto, PVP. 5,50€; Sabonete de Cerveja Sovina Esfoliante, PVP. 4€; Sabonete exótico Flor de Lotus, O Boticário, PVP. 3,99€; Gala Coração, Soap Porn, PVP. 14,90€; Gala Lua, Soap Porn, PVP. 14,90€; Portus Cale Butterflies, Castelbel, PVP. 6€; Sabonetes Hello Portugal, Castelbel, PVP. 5,20€.

Com todas as inovações e tendências a surgir a todo o momento, os sabonetes continuam a representar um pequeno mundo encantado da beleza — basta entrar numa das duas lojas Claus Porto para se ficar perdido no meio das cores, dos padrões e dos cheiros. Mas, na verdade, há muito mais para lá das embalagens bonitas e do saudosismo. Os sabonetes são bons. E acima de tudo, fazem bem à pele: são nutritivos, hidratam, limpam, acalmam e até exfoliam. Estamos também a ver nascer novas marcas que pegaram neste produto milenar e lhe deram uma roupagem moderna e até atrevida, apelando às novas gerações — como as portuguesas Soap Porn, de Lara Franco, e a Juicy Soaps, que só usam ingredientes naturais.

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Mas mesmo internacionalmente, há um leque cada vez maior de marcas a apostar neste produto nas suas coleções — Lush, Clash, The Body Shop, L’Occitane ou O Boticário são apenas algumas das que se vendem em Portugal porque, lá fora, a lista é infindável. O site The Trend Hunter reuniu uma lista de marcas que continuam a criar sabonetes com embalagens de morrer — que é como quem diz demasiado bonitas para serem abertas.

sabonetes, 2016, life style,

Da esquerda para a direita: Chipre Clássico, Confiança, PVP. 1,29€; Sabonetes The Body Shop, PVP. 3,50€; Botões de Rosa, Juicy Soaps, PVP. 4€; Coalface, Lush, PVP. 8,50€; Musgo Real, Claus Porto, PVP. 18€; Favorito, Claus Porto, PVP. 18€; Nativa Spa Pitaya, O Boticário, PVP. 3,99€; Sabonetes Clash em Packs de três, PVP. a partir de 10€.

Se um dia os sabonetes foram aquele detestável presente de natal que algum parente insistia em oferecer, em 2016 chegaram às sugestões de prendas da Vanity Fair, do site Refinery29 e do New York Post. Apesar dos dados negativos da agência de estudos de mercado Mintel que afirmou que as vendas de sabonetes estão a cair nos Estados Unidos, o jornal britânico Telegraph escreveu, na semana passada que, à semelhança do que já vem sendo tendência na Ásia, o regresso do sabonete para lavar o rosto vai chegar em breve à Europa. O mesmo previu a portuguesa Benamôr que, aos 91 anos se reinventou, procura conquistar o mercado asiático e acrescentou ao seu portfólio quatro sabonetes.

sabonetes, 2016, life style,

Da esquerda para a direita: Sabonete de Cerveja Sovina Hidratante, PVP. 4€; Bonne Mère, L’Occitane, PVP. 5€; Folhas de Verbena, L’Occitane, PVP. 6€; Sabonete The Body Shop, PVP, 3,50€; Sabonete Gordíssimo, Bênamor, PVP. 4,50€; Gala Rectangular, Soap Porn, PVP. 15,90€; Sabonete Primavera, Juicy Soaps, PVP. 4,90€; Ilyria, Claus Porto, PVP. 10,50€; Sabonete Amêndoa, Ach Brito, PVP. 1,99€.

Mais de cinco mil anos de história

No passado os sabonetes não eram tão modernos e coloridos mas foram, provavelmente, o primeiro produto de beleza a que tivemos acesso na nossa infância. E os nossos anciãos também. O site Soap History refere que a primeira evidência concreta de algo semelhante a um sabonete data de 2.800 a.C. — os primeiros fabricantes foram os babilónios, os mesopotâmios, os egípcios , os gregos e os romanos. Todos estes povos perceberam que misturar gordura, óleos e sais dava origem a uma espécie de sabão que, na altura, não era usado para banho ou higiene mas sim para a limpeza de utensílios e fins medicinais. Ao longo da história o sabonete foi utilizado para o tratamento de problemas de pele mas seria só no século XIX que a barra que conhecemos hoje viria a ser inventada.

Se se questiona o que será melhor, sabão em barra ou líquido, a BBC News dá algumas razões para dar uso (ou começar a dar) aos sabonetes. Destacamos três:

  • Nada bate aquela sensação de, no banho, esfregarmos um sabonete pelo corpo e sentirmos a sujidade a sair. Não é só físico, é também psicológico.
  • Os sabonetes são mais amigos do planeta. Não vai contribuir para o uso excessivo de plásticos porque a maioria vem embrulhado em papel.
  • O sabonete é um pequeno luxo a que todos podemos ter acesso. Dão cor à casa de banho, têm texturas e aromas diferentes, alguns vêm em formas bonitas e até divertidas. E, claro, dão um ótimo presente de Natal.
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De cima para baixo: Caixa Kiwi e Lima, Castelbel, PVP. 15€ (x9); Guest Soap, Claus Porto, PVP. 20€ (x15); Maypole, Lush, PVP. 4,95€.