Há mais uma voz no PSD a admitir a nacionalização do Novo Banco. O eurodeputado do PSD, Paulo Rangel, defende que “o PSD não devia excluir” a possibilidade de nacionalização do Novo Banco. No programa semanal da TVI24, na quinta-feira à noite, Rangel destacou, no entanto, que não seria a opção preferencial: “Como último recurso não excluiria essa possibilidade e acho que o PSD também não devia excluir“. Isto no mesmo dia em que o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro afastou por completo essa hipótese.
Foram já vários os notáveis do PSD que admitiram esta hipótese. Esta semana, o antigo secretário-geral e ex-presidente da câmara do Porto, Rui Rio, defendeu uma nacionalização temporária do Novo Banco, que acredita que custaria 750 milhões de euros, permitiria rentabilizar o banco e recuperar o valor investido (ou até ter mais-valias).
Também a ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, admitiu a possibilidade a 7 de janeiro, também na TVI24, tendo afirmado que “ideologicamente não serei a favor de uma nacionalização, mas entre uma má proposta e a nacionalização, eu iria para a proposta menos má.” Já no início de 2016, Ferreira Leite defendeu que a hipótese devia “ser ponderada.”
O antigo ministro do PSD Nuno Morais Sarmento também defendeu esta semana, em uníssono com Rui Rio que, o quadro de “nacionalização temporária para proteção do banco, estabilização do sistema financeiro e garantia dos contribuintes, é uma solução que não deve ser afastada.”
A posição do partido é, no entanto, diferente. Na última quinta-feira, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, destacou que “o PSD nunca defendeu nem defenderá a nacionalização de uma entidade bancária, é isso que fizemos no passado e é isso que tornaremos a fazer“-
Luís Montenegro criticou ainda a gestão que o ministro das Finanças, Mário Centeno, tem feito do dossier Novo Banco, atirando: “Quem quer vender, como ele diz que quer, não anda a acenar com a possibilidade de nacionalizar ou liquidar, porque só isso retira valor. (…) Tem-se comportado como um pirómano.”
