“O Obamacare forçou os prestadores a limitar as opções dos planos disponibilizados aos pacientes e obrigou-os a aumentar os preços. Agora um terço dos condados dos Estados Unidos estão limitados a uma única seguradora, e as outras estão a fugir. Vocês sabem disso melhor do que ninguém”, disse o presidente dos Estados Unidos em reunião com os administradores de algumas das maiores seguradoras nacionais, esta segunda-feira.

“Temos de trabalhar juntos para salvar os americanos do Obamacare”, já tinha dito à entrada para a reunião, na Casa Branca, em declarações à imprensa. O que não partilhou, nem com os jornalistas nem com os patrões das seguradoras, foi de que forma tenciona fazê-lo, prometeu apenas aumentar a concorrência, permitindo às seguradoras vender planos de Estado para Estado, e diminuir os custos.

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Antes, na reunião anual com a Associação Nacional de Governadores, o presidente Donald Trump defendera que o melhor que os republicanos podiam fazer era deixar que a legislação de cuidados de saúde, uma das grandes bandeiras da administração Obama, “implodisse”.

“O Obamacare falhou. Digo aos republicanos se querem fazer algo politicamente bom, não façam nada. Sentem-se e relaxem durante um período de dois anos — porque 2017 vai ser um desastre, um desastre para o Obamacare se não fizermos nada. Deixemos que seja um desastre, assim podemos culpar os democratas e o presidente Obama. Não façamos nada, nem durante 2018, e eles vão acabar por implorar-nos que façamos alguma coisa. Mas isso não é a coisa justa a fazer, para as pessoas. Politicamente acho que seria uma grande solução. Porque assim que tocarmos no assunto, assim que fizermos uma alteração minúscula, eles vão dizer que o problema é dos republicanos. Mas temos de fazer o que está certo, porque o Obamacare é um rotundo desastre.”

Apesar de garantir que está a trabalhar numa solução, a seu ver, “mesmo muito, muito boa” para substituir a atual lei, Trump acabou por confessar a sua ignorância relativamente ao tema: “Ninguém sabia que o sistema de saúde podia ser tão complicado. Devo dizer-vos, é um tema inacreditavelmente complexo”.

No fim, remeteu o anúncio de medidas concretas para as cenas dos próximos capítulos: “Vamos falar do assunto amanhã, durante o discurso. Acho que vão gostar do que vão ouvir”.