O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse este sábado que espera que o Parlamento turco aprove a reinstauração da pena de morte depois do referendo no próximo mês de abril, que deverá reforçar, se passar, os poderes presidenciais. Esta decisão pode ser o último prego no caixão das expectativas dos turcos para fazerem parte da União Europeia.

As declarações do presidente turco acontecem depois de duas semanas crispadas entre a diplomacia turca e a europeia, depois de tanto a Alemanha como a Holanda terem impedido ministros turcos de fazerem campanha pelo “sim” no referendo junto das comunidades emigrantes daqueles países. Erdogam falou num “regresso ao nazismo” na Alemanhã e “numa luta entre a cruz e o Crescente”, numa referência àquilo que considera o ataque dos governos europeus à religião muçulmana.

Apesar de ter sido completamente abolida em 2004, como parte das exigências da União Europeia para que o país pudesse prosseguir com a sua tentativa de se juntar ao bloco, Erdogan voltou a mencionar o assunto da pena de morte logo depois do golpe de Estado falhado no dia 15 de julho de 2016, defendendo que este castigo “devolveria a justiça às famílias da vítimas”.

“Eu acredito, e querendo Deus, que depois do voto dia 16 de abril, o parlamento agirá de acordo com as vossas exigências de retorno da pena capital”, disse Erdogan num comício na cidade de Canakkale, que a agência de notícias France Press acompanhou. Mesmo que o Parlamento aprove a lei, Erdogan ainda teria que a aprovar mas o Presidente disse que o faria “sem hesitação”.

Desde 1984 que ninguém é executado na Turquia. A última vítima foi Hidir Aslan, um militante de extrema esquerda que planeou um golpe militar em 1980.

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