O presidente da Liga de Bombeiros quer que se investigue melhor o que terá sucedido em Pedrógão Grande há duas semanas para que o fogo tenha atingido as proporções que atingiu. Jaime Marta Soares descarta as causas naturais como responsáveis pelo enorme incêndio mas mantém a possibilidade de mão criminosa — e a essa hipótese acrescenta outra: uma anomalia técnica gerada pelos postos de média e alta tensão.

Depois de afastadas as suspeitas de que possa ter sido um raio a provocar o incêndio — o Instituto Português do Mar e da Atmosfera não registou queda de raios naquela zona na altura em que começou o fogo — Jaime Marta Soares falou de um fenómeno ao qual chamou “arco voltaico”.

“Passam naquela zona linhas de média e de alta tensão, que podem ter gerado não uma anomalia natural, mas uma anomalia técnica. As linhas de alta e média tensão com o temperaturas muito altas e com vento, não precisam de se tocar. Basta aproximarem-se para poderem gerar descargas elétricas, o chamado o arco voltaico. E julgo que naquela região, gostaria que analisassem, porque se pode saber através do controlo da vigilância da linha, dando como boas as informações que tenho há um ferimento nos cabos. E são cabos grossos, em que se detetou um ferimento, uma rutura, um corte que pode ter originado esta situação. Seria bom que se averiguasse”, explicou Jaime Marta Soares na TVI 24.

O presidente da Liga de Bombeiros disse ainda que as suspeitas de fogo posto se mantêm mas deixou claro que sempre foram suspeitas e não certezas. “Não disse isso de ânimo leve: no último mês houve dez ignições num raio de um quilómetro do local onde começou este fogo. Isso quer dizer alguma coisa”, afirmou o responsável.

“O IPMA colocou na sua página um documento em que demonstrava que entre as 13h00 e as 16h00 de sábado, naquela zona do incêndio não tinha caído nenhum raio nem positivo nem negativo, portanto, só alguma invenção, só algum raio telecomandado ou teleguiado é que foi aquele sítio fazer aquele incêndio“, disse ainda Marta Soares.

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