A 16 de julho, houve um incidente na barragem de Vila Chã com um dos helicópteros que combatia o incêndio de grande dimensões que deflagrara durante a madrugada em Alijó. De acordo com explicações do Ministério da Administração Interna, que na altura corrigiu as informações veiculadas sobre uma alegada queda, tinha sido apenas uma “aterragem de emergência”. Mais tarde, a Proteção Civil falou num “toque no chão de forma controlada”. Agora, o primeiro relatório sobre o caso do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAAF) desmente o Governo e, de acordo com a TSF, fala claramente num aparelho destruído, comprovando a tese com imagens.

Recapitulemos então o filme dos acontecimentos. Nesse dia, vários órgãos avançaram com a notícia que um helicóptero tinha caído na barragem de Vila Chã durante um reabastecimento, ao mesmo tempo que explicavam que o piloto encontrava-se bem. Na altura, combatiam o fogo de grandes dimensões no concelho de Alijó 150 operacionais, apoiados por 41 veículos, dois helicópteros e dois aviões ligeiros. O comandante distrital de operações de socorro de Vila Real confirmou a queda do helicóptero quando este estava a efetuar os testes de balde.

Todavia, nesse mesmo domingo, uma fonte do Ministério da Administração Interna disse à TSF que não se tinha tratado de uma queda mas sim de “uma aterragem de emergência” por causa de uma avaria. Em paralelo, Patrícia Gaspar, adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil, falou em “incidente”. “Houve uma anomalia com o aparelho, tendo o piloto conseguido ir em segurança até à margem. Nesse momento, deu-se o incidente, com o helicóptero a tocar o chão de forma controlada pelo piloto”, defendeu.

Nesse contexto, a Everjets, que opera os helicópteros ligeiros de combate aos fogos, instaurou um inquérito ao sucedido. “O Conselho de Administração da Everjets já decidiu instaurar um inquérito às circunstâncias do acidente e garante a substituição do aparelho ora acidentado no dispositivo em alerta”, explicou a empresa em comunicado, ao mesmo tempo que contava que o piloto tinha sido conduzido ao hospital por precaução.

Agora, o primeiro relatório sobre o caso do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAAF) desmente o Governo. Como? Fala claramente em aeronave “destruída”. “A aeronave entrou em instabilidade, desconhecendo-se nesta fase da investigação se o aparelho sofreu uma perda de estabilidade ou algum tipo de toque em alguma superfície da represa. Apesar da tentativa por parte do piloto de recuperar a estabilização do voo do helicóptero, o mesmo acabou por girar em volta do eixo vertical tendo as pás do rotor embatido na água. O aparelho tocou o solo e rolou para direita, ficando imobilizado na beira da represa”, argumenta o documento, acompanhado de várias imagens que permitem perceber o estado em que ficou o aparelho.

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