Choveu de forma torrencial em Barcelona, o que explica também uma das piores assistência de que há memória em jogos da Champions. Mas nem por isso Camp Nou deixou de jorrar notícias, desportivas, internas e políticas. E que até começaram por vir de fora e de forma surpreendente: em entrevista ao ‘El Partidazo’ da Cadena Cope, Josep María Minguella, um dos empresários de jogadores mais próximos dos blaugrana, assegurou que Mbappé poderia ser jogador dos catalães por 120 mais 30 milhões de euros (menos do que os 180 milhões que o PSG vai pagar) e que era esse o objetivo do francês, que queria alinhar na mesma equipa de Messi.

Que influência tem isso agora? Aparentemente, nenhuma. Mas a verdade é que foi mais uma acha para a fogueira onde se encontra Josep Maria Bartomeu, o presidente do Barcelona que foi assobiado antes e durante a partida, com partes do estádio a gritarem “Liberdade” e a pedirem a sua demissão. O líder dos blaugrana entrou numa espiral onde o que quer que faça parece ser sempre motivo de crítica. E a última “polémica”, que se esperava até que fosse algo bom para a sua imagem, ganhou proporções maiores do que se poderia pensar.

Antes do início do jogo, e com a devida autorização da UEFA, o Barcelona exibiu um enorme pano com três palavras: “Diálogo, Respeito e Desporto”. O que, para a Assembleia Nacional Catalã (ANC) e para o Omnium Cultural, as duas principais associações independentistas, foi a mesma coisa que nada: tinham pedido mensagens bem mais contundentes, com a palavra “Liberdade” junto das caras dos líderes Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, atualmente em prisão domiciliária e com uma outra que dizia “Jordi Cuixart, catalão prisioneiro político em Espanha”.

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Bartomeu. O ex-basquetebolista, empresário e independentista que deixou o Barcelona em clima de pré-guerra civil

Bartomeu ainda veio falar sobre a injustiça das detenções, dizendo que “não é normal duas pessoas estarem presas por causa das suas ideias”, mas a verdade é que Agustí Alcoberro, vice-presidente da ANC, e Jordi Bosch, secretário do Omnium, declinaram o convite para assistirem à partida e argumentaram ainda que “não é uma postura correta para um clube que se diz mais do que um clube”. Como se percebe, Camp Nou continua a ser um dos principais palcos no plano político e por lá existe uma larga franja de defensores da independência.

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Em relação ao jogo, tudo correu dentro do esperado mesmo com uma complicação extra: já em vantagem depois de um autogolo de Nikolaou (18′), o conjunto de Ernesto Valverde ficou reduzido a dez unidades após a expulsão de Piqué ainda na primeira parte, ao ver um segundo amarelo por ter tentado marcar golo com a mão. No entanto, Messi fez o 2-0 aos 61′, naquele que foi o 100.º golo apontado nas competições europeias (só Ronaldo tinha alcançado o feito até hoje), e Digne, agora apelidado de “Herói das Ramblas” por ter sido dos primeiros a ajudar pessoas após o recente ataque terrorista na cidade, aumentou o avanço três minutos depois. O máximo que os gregos conseguiram foi mesmo reduzir o marcador em cima do minuto 90, por Nikolaou.

Com este resultado, o Barça passou a somar nove pontos, liderando isolado o grupo D só com vitórias à frente de Juventus (seis), Sporting (três) e Olympiacos (zero), estando quase qualificado para os oitavos-de-final. Já no grupo A, onde o Manchester United lidera isolado após o triunfo frente ao Benfica, nota para a vitória do Basileia em Moscovo frente ao CSKA por 2-0, o que dificulta ainda mais a passagem dos encarnados à fase seguinte.

Nos outros encontros da noite, o destaque vai para o PSG, que voltou a golear fora de portas por 4-0 e lidera com nove pontos. Desta vez, a vítima foi o Anderlecht, com golos de Mbappé, Cavani, Neymar e Di María em mais uma exibição arrasadora dos avançados à ordem de Unai Emery. Na segunda posição encontra-se o Bayern, que voltou a passear com Jupp Heynckes no comando na receção ao Celtic (3-0).

Por fim, last but not least, Stamford Bridge recebeu o melhor jogo da jornada entre Chelsea e Roma: os blues estiveram a ganhar por 2-0, os italianos conseguiram dar a reviravolta completa na segunda parte, mas Hazard resgatou ainda um ponto para os comandados de Conte. No final, o 3-3 permitiu a ambos os conjuntos manterem a distância para o Atl. Madrid, que voltou a desiludir com um empate sem golos com o Qarabag.

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