A populista Aliança dos Cidadãos Descontentes (ANO), do milionário Andrej Babis, deverá ganhar as eleições na República Checa com cerca de 32% dos votos, seguida da formação de extrema-direita SPD, indicam dados ainda provisórios. A ANO, que centrou a sua campanha na luta contra a corrupção, contra o acolhimento de migrantes e a zona euro, obteve 31,69% dos votos, quando estão apurados 63% dos votos.

O movimento de extrema-direita SPD (Democracia Direta e Liberdade), liderado por Tomio Okamura, está em segundo lugar com 11,30 por cento. As duas formações, ANO e SPD, podem vir a ocupar 108 dos 200 lugares da câmara baixa do parlamento, de acordo com estes resultados parciais.

Em terceiro lugar está o partido de direita ODS, com 10,29%, enquanto os sociais-democratas do CSSD, do primeiro-ministro cessante, Bohuslav Sobotka, registam uma forte queda e surgem em sexto lugar, com 7,67% dos votos, de acordo com a classificação feita com bases em resultados parciais.

Durante dois dias, sexta-feira e sábado, mais de 8,4 milhões eleitores checos foram chamados às urnas para eleger os 200 membros da Câmara de Deputados (câmara baixa do Parlamento em Praga), numas eleições marcadas pela preocupação quanto à futura orientação do país.

Babis, um milionário que se tornou um político populista, anti-imigração e eurocético, é uma figura controversa e já foi apelidado de “Trump checo” e de “Berlusconi checo”. Controla dois grandes diários e a primeira rádio privada da República Checa.

Em maio último, foi afastado do cargo de vice-primeiro-ministro e da pasta das Finanças e mais recentemente, em setembro, perdeu a imunidade parlamentar para ser investigado por alegadas fraudes fiscais e desvio de fundos europeus. Estas investigações parecem não penalizar Babis, de 63 anos, o segundo homem mais rico da República Checa, que já tinha aparecido nas sondagens como o candidato com mais opções para ser o próximo primeiro-ministro checo.

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