Afinal, Donald Trump não libertou todos os documentos sobre o assassínio de John F. Kennedy como tinha garantido. O presidente norte-americano decidiu acatar algumas das recomendações da Segurança Nacional e manteve alguns registos secretos. Para já, libertou 2.800 documentos, que passaram a estar prontos a serem consultados, mas sobre os restantes será preciso ainda esperar mais algum tempo.
Um porta-voz da Casa Branca anunciou que Donald Trump quer agora que os serviços secretos lhe digam, no prazo de 180 dias, quais as razões que os leva a pedir para não libertarem já todos os documentos sobre a morte de um dos presidentes mais queridos dos EUA. “Não tivemos outra hipótese senão aceitar as recomendações”, disse o oficial da administração Trump.
Os especialistas citados pela CNN dizem que esta decisão de última hora da Casa Branca vai continuar a alimentar as muitas teorias da conspiração, entre elas as de que o governo norte-americano esteve envolvido ou ajudou a encobrir o morte de JFK naquele 22 de novembro de 1963 quando visitava Dallas.
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O facto de a CIA, o FBI e outras agências de informações terem feito pressão até ao último minuto para os documentos não serem revelados na sua totalidade dá força às suspeitas de encobrimento do governo na morte do ex-presidente. O prazo para a divulgação dos documentos que restam é o dia 26 de abril do próximo ano, mas nada garante que depois dessa data os documentos sejam mesmo revelados.
“Não tive escolha, tive de aceitar [as imposições do FBI e da CIA], para impedir danos potencialmente irreversíveis para a segurança da Nação”, disse Trump no memorando assinado esta quinta-feira. Os documentos em causa vão ser divulgados no site oficial dos Arquivos Nacionais dos EUA.
Em causa está a polémica morte do presidente Kennedy a 22 de novembro de 1963, quando viajava em Dallas numa limusina de teto aberto e foi atingido a tiro. Lee Harvey Oswald foi preso na altura, acusado da morte, mesmo negando qualquer culpa. Oswald acabou por ser morto a tiro quando estava no departamento da polícia de Dallas. O autor do disparo foi Jack Ruby, dono de um clube noturno da cidade. A versão oficial da história é que agiu por iniciativa própria para matar o suposto assasino de Kennedy.
O relatório oficial feito em 1964 aponta Oswald como o autor do disparo fatal e diz que “não há provas de que Lee Harvey Oswald ou Jack Ruby fizessem parte de qualquer conspiração nacional ou estrangeira”. Em 1979, contudo, uma investigação da House Select Committe on Assassinations apontava para a “elevada probabilidade” de dois homens terem estado na origem dos disparos.