O presidente da Comissão Europeia manifesta-se “honrado” pelo convite para participar no Conselho de Estado da próxima segunda-feira, onde irá “partilhar” as suas ideias sobre o futuro da Europa, “mas acima de tudo ouvir” as dos portugueses.
Em entrevista à Lusa, Jean-Claude Juncker disse ter noção do “quão importante é o Conselho de Estado enquanto órgão de aconselhamento para o Presidente da República Portuguesa”, pelo que sabe “o quão excecional é para um não-português ser convidado para uma das suas reuniões”.
“Sinto-me honrado pelo convite que me foi dirigido pelo meu amigo de longa data Marcelo (Rebelo de Sousa), mas isto é bem mais do que um gesto muito significativo de cortesia pessoal”, disse, a propósito do convite que lhe foi dirigido em julho passado pelo Presidente da República.
Para Juncker, há vontade de “discutir o futuro da Europa, e neste momento esse debate é muito mais do que meramente académico”, face aos muitos desafios que a União Europeia enfrenta, e “isso mostra como Portugal está comprometido e empenhado com o processo de construção europeia”, algo de que “nunca teve dúvidas”, sublinhou.
“Portugal não foi membro fundador da União, mas a Europa deve imenso a Portugal: no seu papel de impulsionar a onda de democratização que varreu o sul da Europa, tornando essa transição para a democracia irreversível ao ancorá-la no projeto europeu, e em cada passo importante dado pela Europa desde a adesão de Portugal em 1986”, disse.
O presidente do executivo comunitário defende que, “agora, mais do que nunca, é crucial que Portugal, com o seu Presidente, Governo, parlamento e instituições, permaneça uma força motora para a Europa”.
“Estarei em Portugal para partilhar os meus pensamentos e ideias, mas acima de tudo vou lá para ouvir; para ouvir o Presidente e os seus conselheiros, para ouvir o Governo e também para ouvir o povo e os jovens que irei encontrar em Coimbra, onde na terça-feira será distinguido com o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, numa cerimónia cujo apresentante será Marcelo Rebelo de Sousa.