789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Empresa pública NAV também organizou jantar no Panteão

Este artigo tem mais de 5 anos

Jantar de gala para trabalhadores da NAV, empresa pública tutelada pelo Ministério do Planeamento, foi a 16 de outubro e custou 17,6 mil euros. É mais um dado para a polémica com jantar da Web Summit.

i

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

A empresa pública NAV (Navegação Aérea) também organizou um jantar no Panteão Nacional. O evento realizado em outubro foi um jantar de gala dos trabalhadores homenageados da NAV Portugal, de acordo com o contrato de adjudicação publicado no portal BASE.

A diretora de comunicação da empresa confirmou ao Observador a realização deste jantar, uma iniciativa que aliás é pública (há informação no portal base e no Facebook), e adianta que a NAV não contratou diretamente o espaço, mas sim que escolheu uma das propostas apresentadas por uma de várias empresas de catering que foram consultadas para o evento. Sofia Azevedo adianta que a escolha do local teve também como motivação a originalidade do espaço.

O jantar exclusivo da Web Summit foi no Panteão Nacional

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A responsável esclarece contudo que o jantar foi realizado na nave central do monumento, um espaço onde foi garantido, disse ao Observador, que não estavam sepultadas figuras públicas. Na nave principal, onde terá sido realizado o jantar da Web Summit, existem monumentos evocativos das personalidades históricos do passado, mas os túmulos dos restos mortais que estão depositados no Panteão Nacional “encontram-se em zonas fechadas e não acessíveis aos convidados da NAV”, afirmou Sofia Azevedo.

Uma das imagens colocadas no Facebook institucional da NAV

O jantar em causa realizou-se no dia 16 de outubro deste ano e custou à empresa de gestão do espaço aéreo 17.600 euros, acrescido de IVA, tendo correspondido a 38 euros por pessoa, segundo o contrato publicado no portal BASE. Terão estado no máximo cerca de 200 pessoas. O contrato foi assinado entre a NAV e uma empresa de catering, a José Bangaló Unipessoal, e terá sido esta empresa a propor como local o Panteão Nacional. Uma das razões que levou os responsáveis da NAV a aceitar fazer o jantar no Panteão terá sido o facto de os restos mortais de Humberto Delgado — figura importante na história da aviação portuguesa — estarem precisamente naquele monumento (a trasladação foi feita a partir do Cemitério dos Prazeres em 1988).

Ao público, o empresário de catering José Bengaló revela que foram 6500 euros pelo uso do espaço do Panteão Nacional para este evento, que foi autorizado pela diretora do monumento, que depois tratou do tema junto da tutela, a Direção-Geral do Património Cultural, até agora não prestou qualquer esclarecimento sobre esta polémica.

As fotografias do evento podem ser consultadas na página oficial de Facebook da empresa que é tutelada pelo Ministério do Planeamento e Infraestruturas.

O evento que a NAV adjudicou previa um brinde de boas vindas no terraço do Panteão Nacional, uma refeição com dois pratos e sobremesa, bebidas, bengaleiro e música ambiente. O jantar da empresa pública estava referenciado numa publicação de sexta-feira no blog Má Despesa Pública que no passado tem exposto outras despesas com eventos sociais da NAV.

António Costa vai proibir a realização de eventos no Panteão

O primeiro-ministro quer agora proibir eventos no Panteão nacional. A reação surgiu depois de ter sido confirmada a realização de um jantar na noite de sexta feira que juntou responsáveis da Web Summit e convidados especiais dentro do Panteão Nacional. Em comunicado, António Costa considerou a decisão “absolutamente indigna do respeito devido à memória dos que aí honramos”. Acrescentou ainda que “é ofensivo utilizar desse modo um monumento nacional com as características e particularidades do Panteão Nacional”.

António Costa diz que jantar da Web Summit no Panteão Nacional é “absolutamente indigno” e “ofensivo”

O encontro em causa tem o nome de Founders Summit e marca o fim da conferência tecnológica. Consiste num jantar para os principais fundadores de empresas que estiveram na Web Summit e que reúne outros convidados de topo. Este ano, o evento realizou-se no Panteão Nacional, com os convidados a cearem rodeados dos túmulos de figuras como Humberto Delgado, Amália Rodrigues e Sophia de Mello Breyner.

O Presidente da República manifestou entretanto estar de acordo com o Governo quanto à proibição da realização de eventos no Panteão Nacional. “A imagem que eu tenho do Panteão Nacional não é a de ser o local adequado para um jantar nem que seja o jantar mais importante de Estado”, disse Marcelo Rebelo de Sousa. “Portanto, se o Governo tomou uma decisão no sentido de isso deixar de ser possível acho que foi uma decisão muito sensata e óbvia, corresponde aqui que qualquer pessoa com algum bom senso faria.”

Marcelo Rebelo de Sousa: jantar no Panteão “nem que seja o mais importante de Estado”

Também em comunicado às redações, o Ministério da Cultura diz que o titular da pasta, Luís Filipe Castro Mendes, apenas “tomou hoje [sábado] conhecimento da realização de um jantar no Panteão Nacional, facto que estranhou”. Tal como António Costa, também o ministro da Cultura sublinha no seu comunicado que a decisão de realizar eventos privados em momentos nacionais foi tomada num despacho “adotado pelo anterior Governo”.

Sobre este comentário do ministro da Cultura, o antigo secretário de Estado com a mesma pasta, Jorge Barreto Xavier, que assinou o despacho referido por Luís Filipe Castro Mendes, disse ao Observador: “Só por uma questão de cobardia política é que o Governo não assume que tomou a decisão” de autorizar aquele evento privado.

Barreto Xavier sobre jantar no Panteão: “Só por cobardia política é que o Governo não assume responsabilidade”

Entre as reações recolhidas pelo Observador conta-se também a do jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares, filho de Sophia de Mello Breyner, sepultada precisamente no Panteão. “Inacreditável” e “de muito mau gosto” foi como Sousa Tavares reagiu à notícia de que a Web Summit realizou um jantar privado no monumento.

Para Sousa Tavares, o evento é um sintoma “da saloiice nacional com que o país tratou a Web Summit”. “Bem patente, aliás, num Presidente da República que vai lá para dizerem para virem para o nosso país”, acrescentou.

Miguel Sousa Tavares sobre jantar da Web Summit no Panteão: “A seguir é o quê, a Moda Lisboa?”

Atualizado às 14.00 de domingo.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora