A notícia foi avançada pelo comentador Luís Marques Mendes no seu espaço de comentário na SIC, este domingo: Manuel Vicente não terá direito a imunidade diplomática, de acordo com o parecer do conselho consultivo da Procuradoria Geral da República. O documento confirma assim a tese do Ministério Público, que defende que o antigo vice-presidente angolano deve ser julgado em Portugal.

Manuel Vicente está acusado de corrupção ativa na forma agravada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos, no âmbito da Operação Fizz. A acusação tem causado desconforto em Angola, tendo o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, dito na semana passada que o seu país não está à procura de “briga”, mas “Portugal tem que reconhecer que está a lidar com um país que tem a sua soberania”. Luanda defende que Vicente não pode ser julgado em Portugal devido ao seu cargo como figura de Estado no passado.

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Este parecer, pedido por António Costa, não tem vínculo jurídico e necessita de ser homologado pelo primeiro-ministro. O timing do pedido foi considerado inclusivamente “extemporâneo” dentro do Ministério Público, segundo revelou o jornal Expresso. No entanto, Marques Mendes diz suspeitar que Costa não irá homologar o parecer, que “reforça os argumentos do MP mas enfurece as autoridades de Angola”. Em vez disso, o comentador está convencido de que Costa irá optar por não o fazer, de forma a dar “politicamente um sinal de simpatia e de desanuviamento das relações com Angola”.

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O parecer, homologado ou não, não tem qualquer influência no processo judicial que continuará a decorrer. O início do julgamento de Manuel Vicente está marcado para 22 de janeiro de 2018.