O governo moçambicano anunciou para segunda-feira o arranque de um novo projeto de transportes públicos, que inclui ligações de automotoras e autocarros aos subúrbios, com o objetivo de diminuir o tráfico automóvel nas vias em redor da capital.

O projeto Metro-Bus é uma iniciativa privada que vai circular nas estradas e na via-férrea do Estado, oferecendo viagens grátis durante esta primeira semana, anunciou o Ministério dos Transportes e Comunicações, em comunicado.

De acordo com a tutela, o objetivo é que a população conheça o novo sistema de viagens através de automotoras e de uma frota de cerca de 100 autocarros.

O investimento e custos de exploração serão 100% suportados pelo operador privado, havendo parcerias com a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), detentora da infraestrutura ferroviária, e com os conselhos municipais de Maputo, Matola e Boane, assim como com os governos distritais da Machava e Marracuene.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O projeto vai cobrir progressivamente 25 estações através de caminhos de ferro e rodovia, “estando criadas todas as condições necessárias para o arranque da primeira fase”, anuncia o Ministério dos Transportes e Comunicações de Moçambique.

O diretor-geral da Fleetrail, Amade Camal, empresa responsável pelo projeto, anunciou, em novembro, ao jornal Notícias que o sistema é dirigido à classe média e terá um custo de 3.500 meticais (50 euros) por mês, podendo ser adquiridos passes de menor duração e com preço proporcional.

O valor de 3.500 meticais por ano equivale a um terço do melhor salário mínimo do país, de acordo com os valores de tabela para 2017.

A ideia, detalhou, é que os carros desses utilizadores de classe média possam deixar a estrada, permitindo melhor circulação para os “chapas”, furgões adaptados para transporte público, que viajam geralmente sobrelotados.

A crise de transportes fez com que seja permitida, em determinados períodos, a utilização da caixa aberta de veículos de mercadorias para transporte de pessoas em vez de carga, meio de transporte popularmente designado “my love”, pelo facto de os passageiros serem obrigados a abraçarem-se, para não caírem.