O alargamento dos horários dos centros de saúde e o adiamento de consultas programadas são medidas previstas para responder à maior procura dos serviços de saúde em Lisboa e Vale do Tejo devido à gripe. As medidas foram avançadas à agência Lusa pelo presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), Luís Pisco, que espera um aumento da atividade gripal na segunda semana de janeiro.

Com as épocas das festas de Natal e Passagem de Ano passadas, a resposta deverá ser mais fácil, uma vez que já não estarão tantos profissionais de férias, reconheceu Luís Pisco. “Se [a gripe] vier, como estamos à espera, na segunda semana de janeiro, as equipas já estarão completas, já não há pessoas de férias, será mais fácil reforçar as equipas”, disse.

Para o recém-nomeado presidente da ARS-LVT, assim que começarem os primeiros casos, “obviamente que será acionado todo o dispositivo que tem a ver especificamente com a gripe”.

esse período, especificou, serão alargados os horários de alguns centros de saúde, entre as 20:00 e as 22:00, referindo que “Haverá um número significativo que estará mais tempo aberto”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Outra medida prevista para o período da gripe será o adiamento das consultas programadas. “Não faz sentido termos uma sala de espera cheia de doentes com gripe e estarmos a chamar diabéticos ou grávidas ou pessoas para fazer consultas nesse período de tempo”, disse.

“Algumas dessas consultas programadas vão ser transformadas em consultas de agudos”, referiu Luís Pisco, esclarecendo que os doentes afetados serão avisados atempadamente.

O presidente da ARS-LVT está confiante de que a campanha para a vacinação contra a gripe dará frutos, até porque “nunca se vacinou tanta gente como este ano e isso deve ser um fator a nosso favor, no sentido de haver menos complicações”. Luís Pisco aconselha os utentes a consultarem a linha SNS 24 (808242424).

Já neste fim de semana será alargado o horário de alguns centros de saúde na margem sul do Tejo, tendo em conta que se registou um aumento da procura destes serviços. Na anterior época gripal (2016/2017), a gripe e a vaga de frio terão sido responsáveis por 4.467 óbitos.

Segundo o relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em colaboração com a Direção-Geral da Saúde (DGS), o excesso de mortalidade “coincidiu com um período epidémico da gripe e com um período em que se registaram temperaturas extremamente baixas, estimando-se que 84% dos excessos sejam atribuíveis à epidemia de gripe sazonal e 16% à vaga de frio”.